A MINHA CASA É A TUA CASA: IMAGENS DO DOMÉSTICO E DO URBANO NA COLEÇÃO DE SERRALVES
Fernando Brito, Pedro Cabrita Reis, Gil Heitor Cortesão, Tony Cragg, Ângela Ferreira, Fernanda Fragateiro, Patrícia Garrido, Gordon Matta-Clark, Juan Muñoz, Bruce Nauman, Luís Palma, Martha Rosler, Ana Vieira, Christopher Williams
O título desta exposição corresponde à expressão com que asseguramos a alguém que a nossa hospitalidade é sincera; também institui a casa enquanto centro de uma relação entre duas ou mais pessoas - dialética que pode sintetizar a dinâmica entre artista e espectadores: as casas imaginadas por artistas serão temporariamente a nossa casa.
É, de facto, muito considerável a quantidade de artistas para quem a casa é tema e pretexto. Os artistas e as obras presentes nesta exposição colocam o doméstico e o quotidiano no centro das suas preocupações, propondo diferentes interpretações daquilo que se entende por casa. Para alguns, como Patrícia Garrido e Pedro Cabrita Reis, ela é abrigo, lugar protetor de espera, evocador de estados e sentimentos como a solidão e a melancolia; para outros, casos de Ana Vieira, Juan Muñoz, Bruce Nauman e Gil Heitor Cortesão, ela é o local ideal para, através de um escalpelo analítico, identificar e falar de neuroses, de repressões; para outros ainda - Martha Rosler é exemplo paradigmático -, a casa, mais concretamente a cozinha, é símbolo da condição feminina e portanto cenário e objeto das mais ferozes críticas ao papel tradicional da mulher.
Independentemente do ângulo adotado, a casa parece sempre encetar um jogo subtil entre o privado e o público. Talvez por isso alguns dos artistas presentes em "A Minha Casa é a Tua Casa” sublinhem a relação da casa com a rua e com a cidade, dedicando-se a pensar questões eminentemente urbanísticas - casos de Ângela Ferreira, Gordon Matta-Clark e Luís Palma.
Aos ideais utópicos e de libertação do homem que estiveram na base da arquitetura e do urbanismo modernistas, estes artistas contrapõem modelos vernaculares de ampliação de casas (as marquises) ou um território desordenado em que se mesclam organismos urbanos e rurais, outrora coerentees e estanques.
As casas destes artistas são a nossa casa.
Produção: Fundação de Serralves - Museu de Arte Contemporânea, Porto
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