Mario Merz (Milão, 1925) é um dos artistas italianos mais conhecidos da segunda metade do séc. XX. Iniciada, de modo autodidacta, na década de 50, a obra de Mario Merz transforma-se sobretudo a partir da sua participação na primeira exposição de Arte Povera comissariada por Germano Celant em 1967. O seu trabalho consiste numa experimentação contínua com materiais provenientes da natureza, ou com objectos comuns, iluminados muitas vezes por barras ou frases em néon. Interroga-se desde 1968 sobre a estrutura do igloo, enquanto construção primária e arquetípica, produzindo vários nos mais diversos materiais, da terra às pedras, de fragmentos de vidro a feixes de lenha.
A partir de 1970, realiza diversas pesquisas a partir das progressões numéricas de Fibonacci. Merz adopta estas progressões como símbolos da energia proliferante da realidade da natureza. Em 1976, utiliza a figura da espiral, um outro emblema energético, que concretiza através de estruturas tubulares de ferro, vidro e outros materiais. Em finais da década de 70, regressa a uma figuração que relembra um pouco os seus inícios pictóricos, desenhando grandes animais de aspecto arcaico, que incorpora em telas livres que fazem parte das suas instalações.
Esta exposição dinamiza um diálogo entre simetrias e assimetrias do espaço da casa e das obras de Merz, confrontando as suas estruturas em espiral com a geometria do espaço arquitectónico, o qual é interrogado pela aplicação das séries numéricas de Fibonacci e pelos néons que por ele proliferam, assim como pela relação espacial entre os lugares da exposição e a itinerância do espectador.
Comissário: Vicente Todolí