O Museu de Arte Contemporânea de Serralves apresenta, na Casa de Serralves, a exposição BES Revelação, organizada anualmente com o apoio do Banco Espírito Santo.
Esta exposição reúne os trabalhos vencedores da edição de 2011 do prémio BES Revelação, apresentados a concurso por Ana de Almeida, Catarina de Oliveira e [De Almeida e Silva, Giestas e Gonçalo Gonçalves].
Comissariado: Ana Anacleto
Mecenas: Banco Espírito Santo
O júri da edição deste ano, que escolheu estes projectos por unanimidade, foi constituído por Ana Anacleto (artista e curadora independente, de Lisboa, que será também a comissária da exposição que agora inaugura na Casa de Serralves); Marianne Lanavère (directora do Centro Cultural La Galerie, em Paris); e Manuel Segade (curador independente em Paris). O júri decidiu premiar três propostas que, de modos diversos e consequentes, se apresentam no território de uma prática e de uma reflexão sobre a imagem.
Sobre a edição de 2011 do BES Revelação diz Ana Anacleto: “Encarando a percepção das imagens e a sua produção como um vasto território de possibilidades, também através da recorrência a diferentes media, os três projectos vencedores, ainda que com pontos de partida e chegada bastante diversos, não deixam de permitir ao espectador, na sua leitura, a possibilidade de aproximações comuns. Neste sentido, e recorrendo a processos de construção próximos da edição cinematográfica, da fotomontagem, da investigação e edição de conteúdos de informação e documentação, das práticas de arquivo, dos processos de dialogo e articulação automáticos, da apropriação e associação de conteúdos visuais pré-existente e da encenação e recriação da própria figura do artista, procuram reflectir tanto sobre questões ligadas à produção mitológica, à relação dicotómica entre realidade/ ficção, quanto a uma certa simbólica do tempo e do espaço. O projecto curatorial da exposição na Casa de Serralves procurará articular e tornar intuível esse vasto campo de possíveis aproximações.”
CATARINA DE OLIVEIRA A obra de Catarina de Oliveira (Lisboa, 1984) incorpora peças teatrais, peças de dança, vídeos e peças áudio, sendo frequentemente transversal a essas disciplinas diferentes. Utilizando uma imagística estilizada, sóbrias composições formais e narrativas fragmentadas, as suas obras procuram investigar o modo como as diferentes estruturas de poder operam, bem como as suas manifestações em rituais sociais e políticos, além de questionarem a forma como certos mitos e narrativas passam a fazer parte da história da comunidade. Tem abordado esses temas quase sempre tornando a informação directorial visível e criando narrativas que, embora existam nos domínios simbólico e alegórico, escapam às formas dialécticas ou lineares de relacionação com o espaço e o tempo. Catarina de Oliveira é actualmente mestranda em Belas Artes no Piet Zwart Institute, em Roterdão. Recentemente recebeu uma Huygens Scholarship, atribuída pelo ministério holandês da Educação, Cultura e Ciência, e foi seleccionada, ao lado de Camilla Wills, para o The Watermill Residency Program (Nova Iorque, EUA). DE ALMEIDA E SILVA De Almeida e Silva tal como Picasso nasceu nos anos 1980.Ana de Almeida (Praga, 1987) propõe um projecto intitulado AL WAHDA, uma instalação constituída por diapositivos, vídeos e um artigo de imprensa, todos relativos a naufrágios, encalhes e afundamentos de navios, particularmente de um navio que afundou perto do Estoril em 1989 depois de arrastado por uma tempestade. De forma a questionar as práticas documentais na arte contemporânea, e a fronteira entre ficção e realidade, a artista propõe uma reflexão sobre uma possível história pessoal e nacional e as possibilidades da sua representação.
O projecto de Catarina de Oliveira (Lisboa, 1984), com título ainda a ser definido, consiste num vídeo retroprojectado num acrílico, em que a artista se propõe investigar a criação, nos dias de hoje, de mitologias e sistemas de crença que não sirvam uma agenda de políticas nacionalistas e de territorialização. O vídeo será, na sua maioria, registado num anfiteatro grego em ruínas, em Segesta, perto da cidade de Trapani, na Sicília. Segundo a artista, “é através de imagens simbólicas que criam diferentes mapas que eu pretendo desenvolver este trabalho”.
[De Almeida e Silva, Giestas e Gonçalo Gonçalves] apresentam um projecto que teve a sua génese no envio, por parte de um dos membros do grupo, de uma fotografia ou algo “photography media related” para os outros dois. Após a sua recepção, cada membro do grupo criou um novo trabalho, em resposta aos recebidos, enviando-o para os outros dois membros e assim por diante. Este processo decorreu até um mês antes da inauguração da exposição, momento em que o grupo começou a dar forma a um trabalho final de carácter expositivo.
LUÍS GIESTAS Luís Giestas nasceu em 1988 na Galiza, o mais novo de 7 filhos do poeta espanhol José María Giestas.