CONTRA-CAMPOS
um filme de Tiago Afonso e Jorge Quintela
O Ciclo "Improvisações/Colaborações”, um programa de artes performativas, cinema e artes visuais, apresentado pela Fundação de Serralves e
partilhado por diversos parceiros culturais, fundamentou-se na contextualização histórica do papel da improvisação e no espírito de colaboração
entre artistas ao longo do último século, reconhecíveis em práticas artísticas que procuravam novos valores de liberdade, de democraticidade e
de espontaneidade.
Estes valores reflectiram-se e/ou foram alvo de reflexão nas novas criações e produções especificamente concebidas no contexto deste ciclo. Constituíram-se tónica para os desafios lançados a numerosos artistas e criadores, possibilitando influências recíprocas e a partilha dos contributos de cada uma das áreas envolvidas e a hibridização das mesmas.
Este novo filme dos cineastas Tiago Afonso e Jorge Quintela, nasce desta e nesta experiência de programação e duma observação particular dos dispositivos e contributos criativos que a integraram, ocupando um lugar indefinido entre a exterioridade e a inclusão.
CONTRA-CAMPOS e os desafios de uma parceria de realização cinematográfica
Tomando como rumo incerto o mote do Ciclo "Improvisações/Colaborações”, dois cineastas envolvem-se numa parceria de realização, obrigando-se a descobrir e acompanhar os momentos de experimentação e construção desse mesmo ciclo sem recorrer a dispositivos de registo pré-formatados.
Nem exaustivo, nem exterior à aventura dos artistas filmados, CONTRA-CAMPOS pretende não apenas perspectivar modos de fraternidade e liberdade que advêm da abertura à co-criação, como também reflectir, através da busca de pontos de vista dialogantes – em contra campo – acerca de um "género” pouco teorizado na história das imagens em movimentos: o registo de processo de pesquisa artística e da sua apresentação enquanto objectos espectaculares.
Os cineastas tentaram ocupar o lugar improvável e utópico de espectadores (altamente) participantes. Este é o rasto de uma experiência que também os transformou. Porém, ao contrário dos produtos puramente performativos, um filme é um objecto montado e como tal, tenta abraçar e abarcar a atitude interrogante, o questionamento interno de si através de si…
Veja aqui no youtube o depoimento do realizador Tiago Afonso sobre o filme.
A entrada é gratuita mediante levantamento de bilhete na recepção do Museu (sujeita a lotação do espaço).
Nasceu no Porto em 1981. Formou-se em Fotografia e Áudio-Visual em 2003, na Escola Superior Artística do Porto. Desde 2004 trabalha regularmente em cinema como Director de Fotografia de curtas e longas metragens. Em 2003, é convidado para fazer parte da organização “Cinema Pobre”, estrutura de Formação e Programação de cinema na cidade do Porto. Em 2004, é formador de imagem da associação “Os Filhos de Lumière” em diversas oficinas de cinema pelo país. Desde 2005, trabalha com a Associação Cinematográfica “Olho de Vidro” na produção de vários filmes. É, desde 2009, produtor associado da produtora de Cinema “Bando à Parte”. Em 2010, realizou um filme documentário sobre o músico Legendary Tigerman “On The Road To Femina”, que estreou no Festival de cinema IndieLisboa 2010, e realizou o filme “Ausstieg”, recebendo uma Menção Honrosa na secção da competição experimental do Festival Curtas de Vila do Conde 2010.