Sessão das 17h00:
Movimentos Perpétuos – Cine-Tributo a Carlos Paredes | 77 min.Resultando do encontro entre a guitarra e a câmara Super 8, Movimentos Perpétuos é um tributo cinematográfico à música e ao pensamento de Carlos Paredes, mestre incontestado da guitarra portuguesa que o filme acompanha em dezassete movimentos distintos. O fio condutor de Movimentos Perpétuos é um concerto de Paredes no Auditório Carlos Alberto, no Porto (em 1984), onde descobrimos que o músico é também um profícuo contador de histórias. A narrativa é uma viagem fragmentada pela sua música e carreira, complementada pelos cine-diários de Edgar Pêra, que deslocam a criação musical de Carlos Paredes para uma envolvência urbana.
Sessão das 22h00:
O Barão | 90 min.Baseado na novela homónima de Branquinho da Fonseca e no conto O Involuntário do mesmo autor, O Barão é "um remake neurogótico de um filme fantasma”, cuja tonalidade onírica procura retratar a vivência de um fidalgo draculesco, misógino e tirânico que aterroriza a população das montanhas do Barroso, no Norte de Portugal. Entre a comédia, o musical e o terror, referências articuladas numa estética próxima da banda desenhada, O Barão concretiza um diálogo imaginário entre dois tempos – o nosso e o de Branquinho –, tratando-se não somente de uma analogia entre a contemporaneidade e o período histórico em que se situa o romance (o da ditadura salazarista), mas, sobretudo, da convocação da prepotência intemporal do Barão. O filme desenvolve-se, igualmente, como plataforma de projecção referencial de memórias cinéfilas – que vão do construtivismo russo, ao expressionismo alemão e ao gótico americano –, versando quer sobre o passado do cinema, quer sobre o anacronismo político das situações que retrata.
Esta sessão está integrada no ciclo de cinema EDGAR PÊRA: UMA RETROSPETIVA.
MOVIMENTOS PERPÉTUOS - CINE-TRIBUTO A CARLOS PAREDES, 2006
O BARÃO, 2011
Concepção, fotografia e realização: Edgar Pêra Montagem: Inês Henriques, Pedro Machado Banda sonora: "Ouverture Allegro” (Haendel), "Variações” (Artur Paredes), "Valsa” (Gonçalo Paredes) e músicas de Carlos Paredes (gravadas no Auditório Carlos Alberto, Porto, 1984): "In Memoriam”, "Canto do Rio”, "Dança dos Camponeses”, "Improvisações”, "Canto de Embalar”, "Danças Palacianas”, "Canto do Amor”, "Prólogo”, "Dança de Aldeia”, "Fantoche”, "Canto do Amanhecer”, "Canto de Rua”, "Despertar”, "Raiz”, "Canto do Trabalho”, "Fado Moliceiro”, "Festa da Primavera”Participações: Malangatana, Rui Vieira Nery, José Jorge Letria, José Carlos Vasconcelos, Novo de Matos, José Manuel Oliveira, Alfredo de Matos, Avelino TavaresProdutor: João Pinto Sousa Produção: Corda Seca Formato: 35mm, cor, 77 min.
Concepção e realização: Edgar Pêra Argumento: Edgar Pêra, Luísa Costa Gomes (inspirado no conto "O Barão” de Branquinho da Fonseca) Fotografia: Luís Branquinho Direcção de arte: Fernando ArealMúsica: Vozes da Rádio/Jorge PrendasMisturas: Branko NeskovMontagem: Tiago Antunes, João Gomes Interpretação: Nuno Melo (o barão), Marcos Barbosa (inspector), Leonor Keil (Idalina), Marina Albuquerque (a professora), Paula Só (avó), Vítor Correia (o moleiro), Miguel Sermão (o guardião), Jorge Prendas (Mestre Alçada), Rogério Rosa (criado da taberna)Produtor: Ana Costa / Co-produtor: Rodrigo Areias Produção: Cinemate / Co-produção: Bando à Parte Formato: vídeo, preto e branco, 90 min.