A partir da década de 1990, a fotografia tornou-se uma ferramenta para os artistas plásticos, um suporte explorado de todas as formas, em todos os formatos. Foi recebida entusiasticamente pelo público e pelo mercado da arte. Muito antes, já nos anos 1950, numerosos artistas de diversas correntes exploraram a linguagem fotográfica, especialmente na realização das suas publicações. A fotografia de Yves Klein de 1958, Un homme dans L’espace! [Um homem no espaço!], continua a ser o ícone desta atitude. Alguns artistas, como Christian Boltanski ou Hans-Peter Feldmann, usaram a fotografia como principal suporte das suas obras. Outros, como Ben Vautier ou Sol LeWitt, utilizaram-na pontualmente. E outros ainda, como Paulo Brusky, Dieter Roth ou Endre Tót, integraram-na de maneiras muito distintas. Mas todos desenvolveram projectos, sob forma de publicação, onde o formato da fotografia permanecia próximo do tradicional. Estes projectos diferenciaram-se da fotografia tradicional e dos álbuns fotográficos na medida em que os artistas construíram sequências que, página após página, formavam conjuntos coerentes que se desenvolviam no tempo e no espaço, e na medida que utilizavam as mais diversas manipulações manuais e técnicas. Esta exposição apresenta essencialmente livros e imagens provenientes de publicações e conta com a participação de cerca de trinta artistas.
Comissariado: Guy Schraenen Produção: Fundação de Serralves