Ao apresentar a obra de um artista conceptual e de um fotógrafo,
esta exposição explora o estatuto conceptual da fotografia na União
Soviética nos anos 70 e inícios dos anos 80. A política liberal de
Nikita Khrushchev no fim dos anos 50 permitiu o aparecimento da
primeira geração de artistas não oficiais que desafiavam o realismo
socialista como uma cultura da decepção e elegiam a pintura modernista
como o suporte da criação pura. A fotografia não era considerada como o
suspeito principal de um decepcionante aparato político, mas sim como
um potente reino criativo. Boris Mikhailov e, posteriormente, o seu
amigo Ilya Kabakov adoptaram este meio para expressão do seu trabalho,
tornando-se uma excepção entre os seus colegas não oficiais, sendo hoje
os dois mais conhecidos artistas russos da actualidade.