LUGARES E MATERIAIS: COLECÇÃO DA FUNDAÇÃO DE SERRALVES
Na segunda metade do século XX, a escultura vê-se confrontada com novos desafios suscitados pela sua abertura a um conjunto infinito de materiais que possa utilizar, assim como pelas questões que possam ser originadas pela natureza do lugar que o objecto escultórico constitui ou apresenta. Se muitas vezes a escultura preenchia a arquitectura de um lugar, ela passará a constituir um lugar por ela mesma, numa autonomia espacial das suas realizações que se abrirá à presença e configuração de outros lugares na natureza ou na vida quotidiana.
As obras apresentadas de Robert Grosvenor, Jörg Immendorf, Neil Jenney, Robert Morris, Blinky Palermo, Tobias Rehberger e Joel Shapiro, pertencentes ao acervo da Fundação de Serralves, são exemplares de alguns dos caminhos que a a arte contemporânea abriu ao longo destas últimas décadas na redefinição do objecto escultórico. Para além da sua diversidade estética e conceptual, o confronto com estas obras permitirá uma reflexão àcerca do cruzamento e da intersecção dos géneros formais, através das relações que estes exercem por vezes entre si. A singularidade que caracteriza os universos criativos destes artistas convida o espectador a explorar novos horizontes de percepção da escultura, do desenho, da instalação, da arquitectura, do espaço e do tempo.
Se numas encontramos um diálogo e uma subversão da tradição minimalista e estruturalista, enquanto estruturas primárias reveladoras das possibilidades do materiais e dos modos de apresentação que lhes configuram o seu programa formal, noutras encontramos uma constante interrogação da funcionalidade da escultura na sua relação com o mundo e as referências dos seus lugares.
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