Dedicada à prática do arquiteto, urbanista, teórico e pedagogo polaco Oskar Hansen (1922-2005), esta exposição traça a evolução da sua teoria da Forma Aberta desde a origem, nos projetos arquitetónicos do próprio, até à sua aplicação no cinema, em jogos visuais e em práticas performativas, suas e de outros artistas.Hansen integrou o grupo de arquitetos Team 10, cuja moldura teórica, divulgada principalmente através do ensino e de publicações, teve uma influência profunda no desenvolvimento do pensamento arquitetónico na segunda metade do século XX, em especial na Europa. Para Hansen o papel do arquiteto na modelação do espaço limitava-se à criação de um "contexto criativo”, cabendo à arquitetura expor a diversidade de atividades e indivíduos que partilham um espaço. Centrado no processo, na subjetividade e na criação de um enquadramento para a expressão individual, Hansen converte a arquitetura num instrumento a ser transformado pelos seus utilizadores e facilmente adaptado às necessidades dinâmicas destes.Quando foi professor na Academia de Belas Artes de Varsóvia, Hansen incutiu a sua teoria da Forma Aberta em inúmeras gerações de estudantes, encorajando-os a prosseguir práticas artísticas para lá dos limites das disciplinas tradicionais.A exposição desenvolve a ideia da Forma Aberta nas principais áreas em que o arquiteto a aplicou. Os seus três segmentos – Pedagogia da Forma Aberta, Arquitetura de Atividades e Política de Escala – são seguidos de Tradição da Forma Aberta, que se localiza no mezanino da biblioteca de Serralves e examina a apropriação do conceito de Forma Aberta nas obras de outros artistas. A arquitetura dos trabalhos e objetos expostos faz referência aos projetos para exposições do próprio Hansen e torna-se parte integrante da mostra.
"Oskar Hansen: Forma Aberta” é comissariada por Aleksandra Kedziorek e Lukasz Ronduda e organizada pelo Museu de Arte Moderna de Varsóvia e pelo Museu de Arte contemporânea de Barcelona (MACBA), em associação com o Museu de Arte Contemporânea de Serralves, Porto.
Comissariado: Aleksandra Kedziorek e Lukasz Ronduda
Design de exposição por CENTRALA
Imagem: Oskar Hansen no congresso da AICA em Wroclaw, 1975. Fotografia: S. Stepniewski, impressão digital. Créditos: Oskar Hansen Archive, cortesia Museu da Academia de Belas-Artes de Varsóvia.
Actividades Relacionadas
INAUGURAÇÃO
27 FEV, 22h00-24h00, ENTRADA LIVREUm breve concerto pelo trio Acre (Filipe Felizardo, Gabriel Ferrandini e Pedro Sousa) terá lugar às 23h00.
ACRE é Gabriel Ferrandini na bateria e percussão, Pedro Sousa no saxofone e Filipe Felizardo na guitarra eléctrica. O trio formou-se em 2011, nunca querendo ser um projecto ad-hoc. Com três percursos singulares na cena musical lisboeta e europeia (Ferrandini nos Motion e RED Trio's, Pedro Sousa em Canzana e EITR, e Filipe Felizardo a solo ), os três músicos comungam da mesma paixão pelo violento inominável da música improvisada e do rock sem entulho. Apesar de raras performances, o manifesto da banda é em prol de uma bruta atitude escultórica, tanto nos timbres unidos como nos discursos atestados na narrativa do concerto.
ENCONTROS NA EXPOSIÇÃO
31 JAN (SAB), 16h00, GALERIAS DO MUSEU Visita à exposição com a curadora Aleksandra Kędziorek Lotação: 30 pessoasAcesso: mediante aquisição de bilhete Museu e Parque (emitido no dia)Mais informação aqui
07 FEV (SÁB), 15h30, GALERIAS DO MUSEUVisita à exposição para Amigos de Serralves por Ricardo NicolauLotação: 30 pessoasAcesso: gratuito Mais informação aqui
26 MAR (QUI), 18h30, GALERIAS DO MUSEU Encontro na exposição com Joaquim Moreno, Arquiteto, docente na Graduate School of Architecture, Planning and Preservation da Columbia University, no Departamento de Arquitetura da Universidade do Minho e no Departamento de Arquitetura da Universidade AutónomaLotação: 30 pessoasAcesso: mediante aquisição de bilhete Museu e Parque (emitido no dia)Mais informação aqui
VISITAS GUIADAS POR MONITORES DO SERVIÇO EDUCATIVO
Lotação: 30 pessoasAcesso: mediante aquisição de bilhete Museu e Parque (emitido no dia)
08 MAR (DOM), 12HOO-13H00, GALERIAS DO MUSEUPor Inês Caetano
12 ABR (DOM), 12H00-13H00, GALERIAS DO MUSEUPor Rita Martins
OFICINA FAMÍLIAS
02 MAI (SÁB), 16H30-18H30ARQUITETANDO O IMPREVISÍVELNesta oficina partimos à descoberta da obra do arquiteto polaco Oskar Hansen e do seu conceito de Forma Aberta. Desenhos, maquetas e jogos serão alvo da nossa atenção e interação. Inspirados nas suas ideias, em família vamos criar espaços abertos ao imprevisível e participação, onde o individual e o coletivo se cruzam em jogos de adição e transformação. Iremos construir uma maqueta gigante e surgirão leituras inesperadas na arquitetura que emergir.Orientação: oficina por Inês Caetano Acesso: Bilhete adquirido no dia sem inscrição prévia.Custo: 5€/ família (máximo de 3 pessoas: 2 adultos e 1 criança ou 1 adulto e 2 crianças) ou gratuito mediante apresentação de bilhete Museu+ParqueLotação: 30 pessoas (crianças+adultos)Mais informação aqui
Oskar Hansen
Oskar Hansen nasceu em Helsínquia no ano de 1922. Licenciou-se na Faculdade Técnica de Vilna (hoje Vilnius, Lituânia) em 1942, prosseguindo os seus estudos no Departamento de Arquitetura da Universidade Técnica de Varsóvia (1945 – 1950). Na década de 1940 e na primeira década dos anos 1950 também se dedicou à pintura e à escultura, que mais tarde desvalorizou considerando exemplos de "Forma Fechada”Em 1948 – 1950 visitou a França, a Itália e a Inglaterra, tendo estudado com Fernand Léger e Pierre Jeanneret; também travou conhecimento com Le Corbusier, Henry Moore e Jerzy Soltan. De 1950 a 1983 lecionou na Academia de Belas Artes, em Varsóvia. Integrou ainda o Groupe d’Etude d’Architecture Moderne (GEAM). A teoria de Hansen exerceu uma influência fundamental sobre os conceitos polacos de "meio ambiente”, "dziela-procesu” (obras de processo) e "performance” nos anos 1960. Encontrou plena expressão no projeto que enviou para o concurso da construção do monumento internacional às vítimas do fascismo em Auschwitz-Birkenau (1957; com Jerzy Jarnuszkiewicz e Julian Palka). Nos anos 1960 Hansen expandiu a teoria da Forma Aberta no "sistema linear contínuo”, que propunha a aplicação dos seus princípios à disposição de edifícios e comunicações numa escala mais ampla; os projetos incluíam o conjunto habitacional de Przyczulek Grochowski, Varsóvia (1963), o bairro de Warsaw-Ursynów (1966 – 68) e propostas para planos urbanos, regionais e nacionais. Durante a sua carreira desenhou, ainda, diversos pavilhões para exposições internacionais, bem como o Museu de Arte Contemporânea (1966), em Skopje, e o edifíco da embaixada polaca (1973) em Washington, D.C.O contributo de Hansen para o discurso do grupo Team 10 gira sobretudo em torno da teoria da Forma Aberta, que apresentou no Congresso Internacional de Arquitetura Moderna (CIAM) em Otterlo no ano de 1959. Na ocasião apresentou também o projeto para o monumento em Auschwitz. Hansen foi colaborador regular da revista de arquitetura Le Carré bleu.
Apoio Institucional
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Mecenas Exclusivo do Museu