SILVESTRE PESTANA: TECNOFORMA

de 26 MAI 2016 a 25 SET 2016
Silvestre Pestana (1949, Funchal, Madeira) é uma das figuras mais radicais e menos conhecidas da arte contemporânea portuguesa. Poeta, artista plástico e performer, Pestana criou, desde os finais dos anos 1960, uma obra singular numa diversidade de disciplinas. Esta primeira grande exposição do seu trabalho reúne mais de 100 obras raramente vistas, além de documentação e materiais de arquivo, sublinhando o uso pioneiro do desenho, da colagem, da fotografia, da escultura, da instalação, do vídeo e da performance para confrontar a relação entre sociedade, arte e tecnologia. 
Emergindo de um grupo de poetas experimentais dos anos 1960, Pestana aliou as artes visuais à poesia como modo de resistir à censura nos primeiros desenhos, colagens e esculturas. Entre 1969 e 1974, quando era um exilado político na Suécia, criou intervenções públicas sob a forma de jardins e ações performativas que sugeriam as frágeis condições ecológicas e sociais da vida contemporânea. Regressado a Portugal após a Revolução de 1974, Pestana desenvolveu, utilizando luz, linguagem e formas visuais, uma gramática visual única que concebe o corpo humano como um circuito social, ideológico e tecnológico. As ações politizadas, colagens e fotografias dos anos 1970 e 1980 usam o seu corpo para ativar códigos linguísticos e não-linguísticos, ao mesmo tempo que se expande a poesia para uma prática espacial e coreográfica.  As polémicas performances do artista dos anos 1970 e 1980 — documentadas em algumas imagens remanescentes — abordavam de forma presciente o modo como as tecnologias da terceira revolução industrial podiam suscitar tanto horror como fascínio, oferecendo formas tanto de entretenimento como de controlo. A biométrica, a militarização e a expansão do humano numa vasta rede de informação marcam a sua obra de fotografia, vídeo e instalação nos anos 1980. Usando a imagem em movimento como instrumento para a ação performativa e poética, Pestana tornou-se uma das figuras pioneiras da arte vídeo em Portugal. Desde o primeiro momento um utilizador das tecnologias mais recentes, nas últimas décadas tem recorrido à informática, aos jogos de computador e aos drones para construir novas expressões de resistência artística, dando continuidade ao seu compromisso de há décadas com os vários sistemas políticos e tecnológicos que permeiam a vida contemporânea. 
A acompanhar a primeira grande exposição dedicada à obra de Silvestre Pestana (1949, Funchal, Madeira), o Museu de Arte Contemporânea de Serralves irá publicar um catálogo bilingue (português + inglês) com imagens de todas as obras em exposição, ensaios inéditos de Verónica Metello e de Adam Kleinman, bem como uma conversa entre João Ribas, curador da mostra, Silvestre Pestana e o artista Mauro Cerqueira. Profusamente ilustrado com obras que incluem desenhos, fotografias, "poemas para computador, vídeo, esculturas e documentação vária, o livro será a primeira publicação exaustiva da obra deste artista. 
"Silvestre Pestana: Tecnoforma” é comissariada por João Ribas, Diretor-adjunto e curador sénior do Museu de Arte Contemporânea de Serralves, Porto, assistido por Paula Fernandes, curadora do Museu. 

Imagem: Silvestre Pestana, Biovirtual, 1984. Fotografia a cores. Fotografia: cortesia do artista  Actividades Relacionadas INAUGURAÇÃO OFICIAL: 2 JUN (QUI), 22h00
Com a presença do artista. VISITAS E CONVERSAS
11 JUN (SÁB), 17h00Conversa com Silvestre Pestana, artista e João Ribas, comissário da exposição, curador sénior e diretor adjunto do Museu de Serralves
12 JUN (DOM), 12h00 Visita orientada por Melissa Rodrigues, Serviço Educativo do Museu de Serralves
14 JUN (TER), 19h30 Encontro para Amigos de Serralves por Paula Fernandes, curadora do Museu de Serralves
07 JUL (QUI), 18h30Visita orientada por Rita Castro Neves, artista e investigadora
10 JUL (DOM), 12h00 Visita orientada por Joana Mendonça, Serviço Educativo do Museu de Serralves
16 JUL (SÁB), 15h30Visita orientada em Língua Gestual Portuguesa por Laredo, Associação Cultural 
16 JUL (SÁB), 17h00Visita orientada por Maria Teresa Cruz, professora e investigadora
10 SET (SÁB) , 17h00Visita orientada por Verónica Metello, curadora e investigadora
PERFORMANCE
4 JUN (SÁB), 17h00Zangões, por Silvestre Pestana
16 JUL (SÁB) , 18h30 Zangões, por Silvestre Pestana SOBRE O ARTISTA Silvestre Pestana concluiu os seus estudos de artes gráficas e design na Escola de Belas-Artes do Porto no ano de 1980 e um mestrado em ensino de arte e design na De Montfort University, em Leicester, em 1998. Entre 1969 e 1974 viveu em Estocolmo. É o autor dos primeiros vídeos de arte realizados em Portugal, onde foi um dos principais promotores dessa forma de arte. Foi também o primeiro artista a escrever poesia para computadores pessoais Spectrum em 1982-84. Recentemente concentrou-se no mundo da arte visual na internet, produzindo projetos para a plataforma "Second Life”. As suas mais recentes exposições incluem "VERTIGEM04: sociedade aberta”, na terceira parte da Bienal da Maia (2015); "Sufoco”, Galeria Múrias Centeno, Lisboa (2015); ”Sufoco – Intermundos – Drones V, 2014”, Espaço Mira, Porto (2014); "Povo Novo Virtual: Silvestre Pestana nas Escritas Po.Ex”, Casa da Escrita, Coimbra (2013); "Anos 70 ? Atravessar fronteiras”, Centro de Arte Moderna, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa (2010) e "FÉNIX ação: socialmente reprovado por envelhecimento prematuro”, Uma certa falta de coerência, Porto (2009).  Mecenas Exclusivo do Museu
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