"Aqui, no caso de Tonnerre, refiro-me ao fascínio sobre ele exercido
por este, em si, falso género, muito na moda durante o período. O que
aconteceu então foi o processo inverso: geralmente ia-se buscar a
inspiração a um quadro conhecido de todos e que estivesse bem presente
na mente de cada um, tentando reconstitui-lo, habitualmente num salão e
com a ajuda das pessoas aí presentes, actores improvisados; o jogo
consistia em reproduzir, de modo tão fiel quanto possível, os gestos,
as poses, a luz, o efeito que se supunha ser obtido pela obra-prima
deste ou daquele pintor. Mas isto não era simplesmente a vida a imitar
a arte – era antes um pretexto. A emoção que se procurava alcançar
neste faz-de-conta era a da vida oferecendo-se como espectáculo à vida;
da vida pairando em suspenso.”(Pierre Klossowski, sobre o "tableau vivant”)
Comissariado: Ulrich Loock e Sandra Guimarães
Produção: Fundação de Serralves, Porto