SESSÃO DE CINEMA

SESSÃO DE CINEMA: OS FILMES DOS ESPETADORES

DOMINGOS NA CASA DO CINEMA: MANOEL DE OLIVEIRA E O CINEMA PORTUGUÊS 1

com apresentação de Paulo Cunha, professor e investigador de cinema

Casa do Cinema Manoel de Oliveira
14 MAI 2023 | 18H00

Todos os filmes serão apresentados na sua língua original.

Por motivos de força maior o programa poderá ser alterado.


O filme Auto da Floripes é apresentado em nova cópia digital proveniente da Cinemateca Portuguesa – Museu do Cinema.

Acesso

Bilhete (1 sessão): 3€

Estudante/Jovem, Maiores de 65 e Amigos de Serralves: 1,5€

O acesso ao Auditório da Casa do Cinema é feito pela Rua de Serralves nº 873, 30 minutos antes do início da sessão.

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14 mai filmes espetadores
Auto da Floripes (1962), Secção Experimental do Cineclube do Porto

14 MAI | DOM | 18:00

VENEZIA
Carlos Calvet | 1959 | 6’

O ESPELHO DA CIDADE
Vasco Branco | 1961 | 10’

AUTO DA FLORIPES
Secção Experimental do Cineclube do Porto | 1962 | 58’


Com apresentação de Paulo Cunha, professor e investigador de cinema

Em 1959, a Secção de Cinema Experimental do Clube Português de Cinematografia – Cineclube do Porto inicia a rodagem de Auto da Floripes, realização coletiva de António Lopes Fernandes (um dos elementos da comissão fundadora da dita secção), Adelino Felgueiras, Alcino Soutinho, António Reis e Arnaldo Araújo, a partir de uma ideia de Henrique Alves Costa. À semelhança de Acto da Primavera, o filme regista uma representação popular cuja origem remonta ao século XVI-XVII, integrada na romaria da Senhora das Neves, aldeia do distrito de Viana do Castelo. Enfrentando dificuldades técnicas semelhantes às experienciadas por Oliveira, nomeadamente ao nível do som, Auto da Floripes apenas teria a sua primeira apresentação pública em janeiro de 1963 (o mesmo ano da estreia do filme de Oliveira). Se as afinidades entre os dois filmes são evidentes, tanto no que respeita à coincidência temporal como à abordagem etnográfica, elas participam também de um movimento que, em finais dos anos 1950 e a partir de diferentes enquadramentos disciplinares, se empenha na redescoberta da cultura popular em moldes muito diferentes do folclorismo populista promovido pelo Estado Novo. Além disso, no caso específico de Auto da Floripes, o filme traduz uma nova geração de espetadores (cineclubistas) empenhados em fazer cinema com as novas câmaras de formatos amadores (o 8mm e o Super 8mm). A sessão abre, por isso, com dois “filmes de amadores”: Carlos Calvet tornar-se-ia, mais tarde, num importante nome da pintura e da arquitetura, e Vasco Branco foi uma figura marcante na cultura Aveirense, escritor, pintor e ceramista (além de fervoroso cineclubista).


Sessão incluída no ciclo Domingos na Casa do Cinema: Manoel de Oliveira e o Cinema Português 1, paralelo à exposição Manoel de Oliveira e o Cinema Português 1. A Bem da Nação (1929-1969) patente na Casa do Cinema Manoel de Oliveira.

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Paulo Cunha
Paulo Cunha
Paulo Cunha
Paulo Cunha

Paulo Cunha nasceu em Guimarães, em 1978. É Professor de Cinema na Universidade da Beira Interior, onde dirige a Licenciatura em Cinema e é Vice-Presidente do Departamento de Artes. É Doutor em Estudos Contemporâneos pela Universidade de Coimbra, e desenvolve um projeto de pós-doutoramento sobre Cinema, Colonialismo e Capitalismo no Programa de Pós-Graduação em Estudos Contemporâneos das Artes da Universidade Federal Fluminense (Brasil). É membro integrado do LabCom - Comunicação e Artes, integra a comissão organizadora das Jornadas Cinema em Português e a coordenação do Grupo de Trabalho Cinemas Pós-Coloniais e Periféricos da AIM - Associação de Investigadores da Imagem em Movimento. Coordenou a Aniki: Revista Portuguesa da Imagem em Movimento (2018-2020) e a revista Cinema, da Federação Portuguesa de Cineclubes (2018-2020). Tem atuado como programador no Cineclube de Guimarães, Batalha Centro de Cinema e Curtas Vila do Conde. Tem estudado e publicado sobre crítica de cinema, cineclubismo e culturas cinematográficas, modos de produção no cinema português e cinemas pós-coloniais, entre outros. As suas mais recentes publicações são Uma nova história do novo cinema português (2018, Outro modo/Le Monde Diplomatique) e Reframing Portuguese Cinema in the 21st Century (2020, Curtas Metragens CRL; coeditado com Daniel Ribas).

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