SESSÃO DE CINEMA

ACTO DA PRIMAVERA | LA RICOTTA

CARTA BRANCA A LUIS MIGUEL CINTRA

Auditório da Casa do Cinema Manoel de Oliveira
14 SET 2025 | 17:00

Bilhete: 3€
Desconto de 50% para Amigos de Serralves, jovens até aos 18 anos, estudantes e maiores de 65 anos.


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1409 ACTO DA PRIMAVERA
Fotograma de "Acto da Primavera" (1963), Manoel de Oliveira.

Quarta sessão da Carta Branca a Luis Miguel Cintra, ciclo de cinema, conversas e conferências que acompanha a exposição Luis Miguel Cintra - Pequeno Teatro do Mundo. Esta sessão contará com a projeção dos filmes "Acto da Primavera" (1963) de Manoel de Oliveira, e "La Ricotta" (1963) de Pier Paolo Pasolini.

ACTO DA PRIMAVERA

Manoel de Oliveira | POR | 1963 | 94'

Acto da Primavera é o registo de uma representação popular do Auto da Paixão de Cristo pelos habitantes da Curalha, aldeia do concelho de Chaves, no interior Norte de Portugal. O projeto surgiu durante a preparação de O Pão (em 1957-58), quando o realizador percorria a paisagem transmontana em busca de moinhos de vento que pretendia incluir nesse documentário. O filme documenta a recriação ficcional de um acontecimento ocorrido há mais de dois mil anos, colocando-o em confronto com o contexto histórico e político da época em que foi realizado: um período conturbado em que acabava de deflagrar a Guerra Colonial Portuguesa. Nas palavras de Henrique Alves Costa, pela forma como Oliveira ousa, mesmo que de um modo velado, formular questões que poucos se atreviam a colocar, “Acto da Primavera” terá sido “o primeiro filme político português”. Por isso mesmo, e pelo que terá dito numa apresentação pública do filme, Manoel de Oliveira viria a ser preso pela PIDE durante alguns dias, por “prática de atividades contrárias à segurança do Estado”.

LA RICOTTA

Pier Paolo Pasolini | ITA | 1963 | 35'

Curta-metragem que integra o filme RoGoPag (1963), La Ricotta aborda uma produção cinematográfica da Paixão de Jesus, com um realizador que faz as vezes de Pasolini, interpretado por Orson Welles. A crítica social mais mordaz é mostrada através da personagem principal de Stracci (que significa “trapos”). Stracci é um homem pobre e esfomeado que trabalha como figurante (ironicamente, o “bom ladrão”) e que não recebe piedade ou misericórdia. Stracci tenta de tudo para conseguir algo para comer e finalmente consegue. Infelizmente, o queijo ricotta, que devora avidamente, combinado com a posição incómoda que é obrigado a assumir enquanto é “crucificado” em frente à câmara, revela-se uma combinação fatal, acabando por morrer de indigestão.


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