Em 1962, a escritora Luísa Dacosta desejava uma casa interiorizada que a permitisse concentrar no seu próprio universo literário.

O jovem Álvaro Siza projeta-a, portanto, em torno de poços de luz indireta e aproveita o desfasamento das duas águas do telhado para jogar com os pés-direitos, num raumplan espacial que se vai articulando com o mobiliário. Siza requalificará a casa em 1987, após a aquisição de José Miranda Santos, num processo de ampliação projetual com várias fases até 2003. O filho, engenheiro Carlos Santos, é responsável pela encomenda de tantos protótipos de mobiliário que a casa se tornou numa espécie de laboratório-museu siziano, recheado de peças inéditas e de outras que viriam a ser produzidas em massa.