HORROR DO BELO, BELO DO HORROR

ARTE E ESPIRITUALIDADE

ARTE E ESPIRITUALIDADE

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02 MAR 2020
2003 Horror no Belo Arte e Espiritualidade

Em pleno coração da Europa de onde germinara a alta-cultura, as liberdades e o humanismo, há-de o Holocausto mostrar-se com os dentes de todo o mal.

Os mesmos que à força empurram para os já apinhados comboios da morte ainda mais vítimas, deleitam-se ao final do dia em serões com as ‘reveries’ de Debussy e chá. Entretanto, sabendo do fim que os espera e despojados de tudo que os faz homens e mulheres, aos ’untermensch’ resta apenas a memória como lugar possível da Humanidade que são. Recitam Schiller, entoam no silêncio interior cânticos em yiddish, deixam nos avessos dos catres paisagens gravadas a terra e a unhas. Não é estoicismo que os move mas viver o fim com a dignidade que nenhuma besta nazi consegue humilhar. Onde há violência e ódio há, mais do que a força dos tanques, a necessidade da supressão da identidade do outro. Memória e Arte são, por isso, os primeiros alvos do horror.


Pedro Abrunhosa


Oradores:

Esther Mucznik

Paulo Moura - repórter de guerra

Manuel Carvalho

Galeria da Exposição

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