ARTHUR JAFA: RETROSPETIVA
ARTHUR JAFA
Cinema
Horário: 17:00
ADRIAN YOUNGE: NEW SOUL REBEL
Com Malik Sayeed
USA | 2015 | 19 min.
JAY Z 4:44
Com Elissa Blount-Moorhead, Malik Sayeed
USA | 2017 | 8 min.
BEGINNINGS
USA | 2019 | 1 min.
AKINGDONCOMETHAS
USA | 2018 | 105 min.
Neste segundo capítulo dá-se espaço aos filmes do próprio Arthur Jafa, que não estão instalados em Serralves no âmbito da exposição Uma série de prestações absolutamente improváveis, porém extraordinárias. No último fim de semana em que é possível percorrer as galerias do Museu de Serralves e da Casa do Cinema Manoel de Oliveira, onde está em exibição o trabalho do artista norte-americano, dispõem-se os filmes realizados (ou correalizados) por Arthur Jafa em duas sessões que traduzem muitas das suas preocupações formais e políticas.
Tendo cunhado o termo “Black Visual Intonation” [Entoação Visual Negra] para descrever as possibilidades de des-relação entre imagem e som a partir dos ritmos próprios da negritude, o seu trabalho tem procurado encontrar, nas imagens em movimento e nos sons, o equivalente transformador da oratória, da gestualidade e da música negra. Na primeira sessão dá-se destaque ao trabalho do compositor soul Adrian Younge, às palavras de Jay Z, à mensagem transformadora da Nike e aos sermões e canções gospel entoados em igrejas negras entre os anos 1980 e os 2000. Na segunda sessão, os atritos raciais na América são expostos a partir de uma conversa entre dois amigos (um negro e um asiático) em Slowly, This, o mal-estar das ruas revela-se em Deshotten, o horror da violência contra a comunidade negra reflete-se num olho que chora em Cassowary: Mechanics of Empathy e, por fim, numa das obras mais robustas do realizador, Dreams Are Colder Than Death, este reavalia o legado contemporâneo de Martin Luther King e do seu famoso discurso "I have a dream".