O CINEMA DURANTE O ESTADO NOVO
Conversas Com Serralves
#ConversasComSerralves
Horário: 18:00
Evento online, de acesso gratuito, com inscrição obrigatória para c.almeida@serralves.pt
O link de acesso será enviado após conclusão do período de inscrições
Entre 1935 e 1954, o Secretariado da
Propaganda Nacional, depois renomeado Secretariado Nacional da Informação,
organizou sessões de cinema ambulante que percorreram todo o país, com especial
enfoque nas localidades mais distantes dos grandes centros urbanos. Este
projeto do Estado Novo, que visava combater o comunismo e promover o
corporativismo, intitulava-se Cinema do Povo e foi, alem disso, um importante
contributo para promover a imagem do país, tal como o idealizou António Ferro.
Muitas destas sessões foram programadas por Manuel Félix Ribeiro e tendiam a
emparelhar um “filme de fundo” (isto é, uma longa-metragem de ficção) com um
jornal de atualidades, sempre precedidos por uma apresentação encabeçada por
Legionários, dirigentes da União Nacional, padres ou responsáveis pelas Casas
do Povo locais. Uma dessas sessões consistia na exibição do número 52 do
“Jornal Português” seguido de “Aniki-Bóbó” (1942) de Manoel de Oliveira.
A professora e investigadora Maria do
Carmo Piçarra acaba de lançar o livro “Projectar a ordem – Cinema do Povo e
Propaganda Salazarista 1935-1954”, que analisa este momento particular da
história da exibição, distribuição e receção do cinema em Portugal. António
Preto, diretor da Casa do Cinema Manoel de Oliveira, estará à conversa com a
autora nas #ConversasComSerralves do próximo dia 23 de fevereiro, às 18h00.
Relacionado
Maria do Carmo Piçarra é professora na Universidade Autónoma de Lisboa
e investigadora contratada no ICNOVA/FCSH. Com bolsa (2018-2020) da Fundação
Oriente, investigou “Representações da ‘Ásia Portuguesa’ nos Arquivos
Fílmicos”. É licenciada, mestre e doutorada em Ciências da Comunicação, pela
FCSH-UNL, e, entre 2013-2018, desenvolveu a investigação pós-doutoral “‘Cinema
Império’. Portugal, França e Inglaterra, representações do império no cinema”.
Em 1998-1999, foi assessora da presidência do Instituto do Cinema, Audiovisual
e Multimédia. Publicou, entre outros livros e artigos em revistas
científicas, “Projectar a ordem - Cinema do Povo e propaganda salazarista
1935-1954” (2020), “Azuis ultramarinos - Propaganda colonial e
censura no cinema do Estado Novo” (2015) e “Salazar vai ao cinema I e II”
(2006, 2011). Coordenou, com Jorge António, a trilogia “Angola, o
nascimento de uma nação” (2013, 2014, 2015) e, com Teresa Castro, “(Re)Imagining
African Independence - Film, Visual Arts and the Fall of the Portuguese
Empire” (2017).