A PALAVRA AOS ATORES: LUÍS MIGUEL CINTRA

Conversas Com Serralves

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17 MAR 2021

Horário: 18:00

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2103 A PALAVRA AOS ATORES: LUÍS MIGUEL CINTRA

Luís Miguel Cintra é um dos nomes maiores do teatro em Portugal e, também, um dos rostos mais reincidentes do cinema português realizado a partir dos anos 1970.  Tendo participado em perto de uma centena de filmes, a sua carreira pauta-se pela recorrência e fidelidade à obra de alguns dos maiores autores do nosso cinema: vários títulos das filmografias de Paulo Rocha, João César Monteiro, Jorge Silva Melo, Joaquim Pinto, José Álvaro Morais, Pedro Costa, Catarina Ruivo e, naturalmente, de Manoel de Oliveira, contam com a sua participação. Só com Oliveira, mais do que com qualquer outro cineasta, participou num total de 25 filmes. A primeira colaboração entre o ator e o realizador dá-se em 1983, no âmbito do filme Lisboa Cultural, em que Luís Miguel Cintra dá voz ao “Sermão da Epifania”, do padre António Vieira. Mas seria só a partir de 1985, com Le Soulier de satin (O Sapato de Cetim), que o ator ficaria, literalmente, amarrado ao cinema de Oliveira, num filme em que, interpretando o papel de Don Rodrigue,  assume o papel de protagonista da adaptação da colossal peça de Paul Claudel e sofre ao longo de quase sete horas do seu amor impossível por Doña Prouhèze.

Daí em diante, Luís Miguel Cintra seria, por exemplo, o romântico Visconde de Aveleda em Os Canibais (1988), o inesquecível Alferes Cabrita, Viriato e D. João de Portugal em NON ou a Vã Glória de Mandar (1990), Carlos Paiva, o fracassado marido de Ema em Vale Abraão (1993), o cego de A Caixa (1994), o Padre António Vieira na sua meia-idade em Palavra e Utopia (2020), ele próprio em Um Filme Falado (2003) e em Singularidades de uma Rapariga Loira  (2009) ou, para dar um último exemplo, Luís Vaz de Camões, no testamentário O Velho do Restelo (2014). Nenhum outro ator filmou tanto com Manoel de Oliveira. Esta persistência é uma das razões que terá contribuído para o fôlego produtivo do realizador nas suas últimas três décadas de trabalho, tendo em conta que Luís Miguel Cintra, assim como outros atores recorrentes do universo oliveiriano, estava perfeitamente familiarizado e em sintonia com os processos criativos do cineasta.

Sobre esta parceria artística que se prolongou por mais de três décadas versará a Conversa entre o ator Luís Miguel Cintra e António Preto, diretor da Casa do Cinema Manoel de Oliveira, no próximo dia 17 de março, pelas 18h00.

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Luís Miguel Cintra
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Luís Miguel Cintra

Luís Miguel Cintra nasceu em 1949. Iniciou-se no teatro em 1968, ainda nos tempos de estudante da Faculdade de Letras de Lisboa, onde se formou em Filologia Românica. Estudou no Acting Technical Course da Bristol Old Vic Theatre School. Em 1973 fundou, juntamente com Jorge Silva Melo, o Teatro da Cornucópia, que dirigiu até ao seu encerramento e onde encenou e interpretou um vasto número de peças, que vão do repertório clássico aos autores contemporâneos. Encenou vários  espetáculos de ópera , nomeadamente no Teatro S. Carlos,  gravou inúmeros discos de como recitante de poesia portuguesa, traduziu muitos grandes textos do repertório teatral e foi professor do Conservatório Nacional, na escola de teatro e na de cinema.

De todos os Prémios recebidos ao longo da sua carreira, destacam-se: o Prémio Bordalo da Casa da Imprensa em 1995 (Melhor Interpretação em Cinema) e em 1997 (Melhor Interpretação em Teatro); o Globo de Ouro em 1999 para a Personalidade do Ano em Teatro; o Globo de Ouro para Melhor Actor de Teatro; o Prémio Pessoa, que lhe foi atribuído em 2005, o Prémio Universidade de Coimbra, igualmente em 2005 e o prémio União Latina. Recebeu o grau de Grande-Oficial da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada em junho de 1998.

 

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