MANOEL DE OLIVEIRA, INVENTOR DE FORMAS
Conversas Com Serralves
#ConversasComSerralves
Horário: 18:00
Evento online, de acesso gratuito, com inscrição obrigatória através deste link
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A filmografia de Manoel de Oliveira desenvolveu-se ao longo de
nove décadas e, como tal, a sucessão dos seus filmes, aliada a uma enorme
produtividade, deu origem a uma obra que se foi torneando elegantemente à
medida que os filmes iam estreando (à cadência de uma longa-metragem por ano,
nas duas últimas décadas de atividade do cineasta). Esse gesto contínuo que
caracteriza o cinema de Oliveira foi iluminando facetas que se supunham
escondidas e ultrapassando fixações antigas. Deste modo, pode dizer-se que esta
é uma obra que se foi produzindo a si mesma, inaugurando em cada filme soluções
narrativas e visuais que filmes seguintes aprofundariam – ou, pelo contrário,
negariam –, num jogo de constantes antecipações formais. Se, no seu caso, pode
dizer-se que a obra vai produzindo a obra, a pergunta que cabe colocar é: até
que ponto as formas criadas por Oliveira, tendo consciência do rigor que as
caracteriza, se autonomizaram dos filmes, estruturando o todo de uma obra
única?
Este será o mote para a conversa com a escritora e videasta Regina
Guimarães e António Preto, diretor da Casa do Cinema Manoel de Oliveira.
Relacionado
Regina Guimarães,
também conhecida como Corbe, nasceu no Porto, em 1957. A par dos seus poemas,
publicados em raras edições de natureza confidencial, tem-se envolvido em
trabalho nas áreas do Teatro, da Tradução, da Canção, da Dramaturgia, do
Desenho, da Educação pela Arte, da Crítica, do Vídeo, do Argumento, da
Produção. Foi docente da FLUP, na ESMAE e na ESAD. Foi diretora da revista de
cinema A Grande Ilusão, presidente e fundadora da associação Os
Filhos de Lumière e programadora do ciclo permanente “O Sabor do Cinema”, no
Museu de Serralves. Integrou o coletivo que, a par de outras atividades de
reflexão e criação, publicou o jornal PREC e o coletivo que
produziu o projeto Nove e Meia, cineclube nómada. É cofundadora do Centro Mário
Dionísio - Casa da Achada. Com Ana Deus, fundou a banda Três Tristes Tigres.
Escreveu para outras bandas, nomeadamente o Osso Vaidoso e os Clã. Realizou
inúmeras experiências em torno da palavra dita e cantada. Organiza, de há mais
de uma década a esta parte, a Leitura Furiosa Porto, encontros entre escritores
e pessoas zangadas com a leitura. Tem orientado oficinas de escrita e de
iniciação ao cinema. Tem vindo a realizar uma extensa obra videográfica sob a
forma de «Cadernos», que já foi alvo de algumas retrospetivas. Nos últimos
anos, a sua atividade como argumentista e dramaturga tem-se intensificado.
Aspira a estar em todo o lugar onde haja uma luta justa a travar. Vive e
trabalha com Saguenail desde 1975. Hélastre é o signo da sua obra comum.