Esta sessão do Ciclo #ConversasComSerralves, da série Palavra de Artista será uma conversa entre o artista Cildo Meireles e Marta Moreira de Almeida, diretora adjunta do Museu de Serralves, e terá lugar na quarta-feira, dia 31 de março, às 18:00.

A conversa com Cildo Meireles tomará como ponto de partida o icónico núcleo de obras que a Coleção de Serralves possui: Mutações Geográficas: Fronteira Rio - São Paulo (1969), Inserções em Circuitos Ideológicos (1970), Zero Dollar Zero Cent (1974–1978) e Pertubarão! (2014). Serralves apresentou o trabalho deste artista em duas importantes exposições, na Casa de Serralves em 1996 e no Museu de Serralves em 2013. Nesta conversa também será recordada a apresentação da obra Nós Formigas (2007−13), um projeto que Cildo Meireles conseguiu concretizar pela primeira vez na exposição de 2013. Na sua complexidade concetual a obra estabeleceu também um diálogo profícuo com a arquitetura do Museu e com o espaço do Parque.

A obra de Cildo Meireles (Rio de Janeiro, 1948) desenvolve-se no ambiente de uma ditadura militar, num período em que a censura e o medo dominavam a sociedade brasileira. Caracterizada por um forte pendor concetual com raízes no neocroncretismo brasileiro dos finais dos anos 50, a obra de Cildo Meireles cruza o desenho com a escultura e a instalação, levando a que a maior parte dos seus trabalhos crie um envolvimento espacial que proporciona ao espectador uma experiência sensorial expandida e cognitiva do mundo. A obra de arte é para Cildo Meireles um instrumento de libertação e consciencialização do espectador.

Se Cildo Meireles é um dos artistas mais significativos do século XX, é no século XXI globalizado que podemos apreciar todas as implicações que a sua obra aborda, ao apontar as contradições e as vulnerabilidades da vida e sociedade contemporânea.