Segurança na era da (In) Humanidade
Pluralizando o Antropoceno
Pluralizando o Antropoceno
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Horário: 14:00 - 15:30 (UTC + 1)
A sessão será em Inglês
Evento online, de acesso gratuito, com inscrição obrigatória através deste link
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Michael Herzfeld (Harvard University)
Moderador: Gonçalo Santos (CIAS/ Sci-Tech Asia)
Os apelos à
"segurança" são feitos por representantes estatais em todo o mundo
como justificação para o controlo excessivo, e este modelo funcionou bem também
para os operadores neoliberais e para os que são suficientemente ricos para
poderem pagar pelo encerramento dos seus espaços contra um perigo potencial do
“lado de fora”. Foi universalizado como "segurança planetária", dando
legitimidade a uma ampla sucessão de atos arbitrários de exclusão social,
cultural e racial e, em última análise, para uma rejeição da responsabilidade
coletiva da Humanidade pela biodiversidade, bem como pela diversidade
linguística e cultural. Formas de soberania diferentes, mas mutuamente
paralelas e que se reforçam mutuamente são invocadas para justificar práticas
discriminatórias, que ofendem a própria ideia de uma humanidade comum e troçam
do termo "Antropoceno," sugerindo a necessidade de uma reconsideração
da sua utilidade e uma avaliação do perigo de ser deliberadamente mal
interpretado. Concomitantemente, as expropriações do espaço de vida comum
acontecem simultaneamente com os abusos do direito à liberdade de expressão e de
ação, ignorando o contrato social e as responsabilidades mútuas associadas que
fundamentam tais conceitos e os subjugam a impulsos totalitários a todos os
níveis. E se questionarmos o que significam os apelos à segurança planetária
para os sem-abrigo e para indivíduos sem posses? E se questionarmos o que
significa a liberdade de expressão para aqueles que são mais prejudicados pela
sua incorreta utilização? Como é que as diferenças culturais - por exemplo,
aquelas reveladas em hábitos locais de etiqueta e pedidos de desculpa e
conceitos de culpa e de causalidade – moldam as respostas a essas perguntas, e
como é que os antropólogos podem contribuir para um debate global, recentrando
o planetário nos detalhes de acordos sociais locais?
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Michael Herzfeld (Ernest E. Monrad Research
Professor of the Social Sciences, Department of Anthropology, Harvard
University; former and founding Director (2014-18), Thai Studies Program, Asia
Center, Harvard University); and Senior Advisor on Critical Heritage Studies to
the International Institute for Asian Studies, Leiden, and Visiting Professor
at Leiden University. He is also Chiang Jang Scholar and Visiting Professor at
Shanghai International University, and Honorary Professorial Fellow in the
Faculty of Arts, Melbourne University. His research interests cover social theory, history of anthropology,
social poetics, knowledge politics, politics of history and heritage,
crypto-colonialism, artisanship, and the practice of comparison, and is ethnographically
focused on Europe (especially Greece & Italy) and Southeast Asia
(specifically Thailand). He is the author of eleven books (most recently Siege
of the Spirits: Community and Polity in Bangkok, 2016) and Cultural Intimacy:
Social Poetics and the Real Life of States, Institutions, and Societies, 2016),
and is the producer of two films about Rome and currently working on two films
about Bangkok. Herzfeld was Lewis Henry Morgan Lecturer for 2018 with a topic
focusing on “subversive archaism” in Greece and Thailand; the book version will
appear in 2021 as Subversive Archaism: Troubling Traditionalists and the
Politics of National Heritage (Duke University Press). A former editor of
American Ethnologist, editor at large (responsible for “Polyglot Perspectives”)
for Anthropological Quarterly, co-editor of the “New Anthropologies of Europe:
Perspectives and Provocations” series at Berghahn Books and of the IIAS Asian
Heritages series at Amsterdam University Press, he holds honorary degrees from
the Université Libre de Bruxelles, the University of Macedonia (Thessaloniki),
and the University of Crete, and is a past winner of the J.I. Staley Prize, the
J.B. Donne Prize in the Anthropology of Art, and the Rivers Memorial Medal.