Segurança na era da (In) Humanidade
Pluralizando o Antropoceno
Pluralizando o Antropoceno
Horário: 14:00 - 15:30 (UTC + 1)
A sessão será em Inglês
Evento online, de acesso gratuito, com inscrição obrigatória através deste link
O link de acesso será enviado após conclusão do período de inscrições
Michael Herzfeld (Harvard University)
Moderador: Gonçalo Santos (CIAS/ Sci-Tech Asia)
Os apelos à
"segurança" são feitos por representantes estatais em todo o mundo
como justificação para o controlo excessivo, e este modelo funcionou bem também
para os operadores neoliberais e para os que são suficientemente ricos para
poderem pagar pelo encerramento dos seus espaços contra um perigo potencial do
“lado de fora”. Foi universalizado como "segurança planetária", dando
legitimidade a uma ampla sucessão de atos arbitrários de exclusão social,
cultural e racial e, em última análise, para uma rejeição da responsabilidade
coletiva da Humanidade pela biodiversidade, bem como pela diversidade
linguística e cultural. Formas de soberania diferentes, mas mutuamente
paralelas e que se reforçam mutuamente são invocadas para justificar práticas
discriminatórias, que ofendem a própria ideia de uma humanidade comum e troçam
do termo "Antropoceno," sugerindo a necessidade de uma reconsideração
da sua utilidade e uma avaliação do perigo de ser deliberadamente mal
interpretado. Concomitantemente, as expropriações do espaço de vida comum
acontecem simultaneamente com os abusos do direito à liberdade de expressão e de
ação, ignorando o contrato social e as responsabilidades mútuas associadas que
fundamentam tais conceitos e os subjugam a impulsos totalitários a todos os
níveis. E se questionarmos o que significam os apelos à segurança planetária
para os sem-abrigo e para indivíduos sem posses? E se questionarmos o que
significa a liberdade de expressão para aqueles que são mais prejudicados pela
sua incorreta utilização? Como é que as diferenças culturais - por exemplo,
aquelas reveladas em hábitos locais de etiqueta e pedidos de desculpa e
conceitos de culpa e de causalidade – moldam as respostas a essas perguntas, e
como é que os antropólogos podem contribuir para um debate global, recentrando
o planetário nos detalhes de acordos sociais locais?
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Gonçalo D. Santos is an Assistant
Professor of Social-Cultural Anthropology in the Department of Life Sciences and a full member of
the Research
Centre for Anthropology and Health (CIAS) at the University of
Coimbra. He held previous positions at the London
School of Economics and Political Science, the Max Planck Institute for Social
Anthropology, and the University of Hong Kong. His research on China explores
new approaches to questions of modernity, moral subjectivity, and social and
technological transformation. He is the author of Chinese Village Life
Today (Univ. of Washington Press, In Press) and the co-editor of Transforming
Patriarchy (Univ. of Washington Press, 2017). He is the founder and the
director of the international research network Sci-Tech
Asia, and a participant in the Initiative
for U.S.-China Dialogue on Global Issues Research Group on Culture and Societyat
Georgetown University.
Gonçalo D. Santos
University of Coimbra
Department of Life Sciences
Calçada Martim de Freitas
3000-456 Coimbra (Portugal)
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