NALINI MALANI - UTOPIA!?

Conversa

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12 JUL 2021

Horário: 18:30

Acesso: 3€ (Amigos de Serralves, estudantes e maiores 65 anos: 50% desconto), com inscrição prévia obrigatória para ser.educativo@serralves.pt.

Lotação: 25 pessoas

2107 NALINI MALANI UTOPIA Conversa 12 jul


Com Nalini Malani, artista, e Ana Mendes, doutorada em Estudos de Cultura e Professora Associada na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, apresentada por Philippe Vergne, Diretor do Museu de Serralves.

 

Serralves apresenta até 29 de agosto de 2021, pela primeira vez em Portugal o trabalho da conceituada artista internacional Nalini Malani (Carachi, 1946). Esta exposição ocorre após a atribuição à artista de uma das mais prestigiantes distinções no mundo da arte contemporânea: o Prémio Joan Miró em 2019. Amplamente conhecida pelas suas pinturas e desenhos, a mostra em Serralves apresenta exclusivamente as suas animações desenvolvidas entre finais dos anos 1960 e a atualidade. Foi no final da década de 1960, numa cena artística indiana dominada por homens, que Nalini Malani emergiu como uma voz provocatória e feminista, igualmente pioneira no trabalho com meios artísticos como o cinema experimental, a pintura, o vídeo e a instalação. 

 

Nesta conversa com a artista partiremos do núcleo de obras da sua autoria, patentes na exposição, sob o título UTOPIA!? discutindo temas que percorrem a sua já longa carreira. Em diálogo com uma das personalidades mais marcantes do panorama artístico contemporâneo internacional, abordaremos as facetas distintas do seu percurso, procurando saber como encara o futuro da arte perante os desafios do mundo de hoje.

           

A conversa será em inglês.

 


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Nalini Malani é uma das artistas contemporâneas mais influentes na Índia, com uma sólida carreira que recebeu ampla consagração internacional. Nasceu em Carachi em 1946, um ano antes da separação entre a Índia e o Paquistão na sequência da independência do Império Britânico. A sua família refugiou-se em Calcutá em 1947 e mudou-se para Mumbai em 1954. O trauma pessoal e coletivo da Partição da Índia, a experiência precoce de deslocamento e o estatuto de refugiada marcaram a sua biografia e produção artística, que se desenvolveu, nas suas próprias palavras, como uma tentativa de “dar sentido aos sentimentos de perda, exílio e saudade” que tanto marcaram a sua infância. Malani estudou belas-artes na Sir Jamsetjee Jeejebhoy School of Art, em Mumbai. Durante esse período, instalou o seu estúdio no Bhulabhai Memorial Institute, onde artistas, músicos, bailarinos e atores trabalhavam individualmente e em comunidade. Logo após terminar a formação académica, Malani trabalhou em cinema e fotografia. De 1970 a 1972, recebeu uma bolsa do governo francês para estudar arte em Paris, onde entrou em contacto as teorias de Louis Althusser, Roland Barthes e Noam Chomsky, entre outros. Em 1973, voltou para a Índia, determinada a contribuir para a modernização e emancipação intelectual do seu país através da arte. Em 2010, o San Francisco Art Institute concedeu-lhe um doutoramento honoris causa e, em 2013, foi a primeira mulher asiática a receber o prémio Arts & Culture Fukuoka Prize. Também recebeu outras importantes distinções, como o St. Moritz Art Masters Lifetime Achievement Award em 2014 e o Asian Art Game Changers Award em 2016. A ampla gama de interesses de Malani sempre a levou a colaborar com artistas e pensadores de várias áreas, como o antropólogo Arjun Appadurai, a atriz Alaknanda Samarth, o bailarino de Butoh Harada Nobuo e a encenadora Anuradha Kapur. Essas colaborações atestam a exploração contínua de formas interdisciplinares para investigar e comunicar as questões pessoais e políticas que moldam a sua arte. Ao longo de cinco décadas e com mais de trezentas exposições — duzentas das quais internacionais — as suas obras foram exibidas nos principais centros de arte contemporânea do mundo, com exposições individuais no ICA (Boston), no Stedelijk Museum (Amsterdão), no Irish Museum of Modern Art (Dublin) e no New Museum of Contemporary Art (Nova Iorque); e retrospetivas no Castello di Rivoli — Museu de Arte Contemporânea (Rivoli) em 2018, no Centre Pompidou (Paris) em 2017, no Museu de Arte Kiran Nadar (Nova Delhi) em 2014, no Musée Cantonal des Beaux-Arts (Lausanne) em 2010 e no Museu Peabody Essex (Salem) em 2005. Os seus trabalhos foram apresentados em vinte bienais, como a 12.ª Bienal de Xangai em 2018; a DOCUMENTA 13 em 2012 em Kassel; a 16.ª Bienal de Sydney; as exposições da 52.ª e 51.ª Bienais de Veneza em 2007 e 2005, e a terceira Bienal de Seul em 2004. A obra de Nalini Malani está representada em várias coleções de museus em todo o mundo.

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