Cecilia Bengolea & François Chaignaud, SYLPHIDES
O MUSEU COMO PERFORMANCE
O MUSEU COMO PERFORMANCE
Horário: 18:30
Imagem: Alain Monot
Os Silfos são seres
sobrenaturais, uma invenção da imaginação de seres humanos e psíquicos presos
entre mundos (principalmente entre o dos mortos e o dos vivos, mas também o da
fantasia e da realidade, o do que é possível e o do que não é ...). Tendo-se
tornado uma tendência literária e coreográfica respetivamente nos séculos XVIII
e XIX, a figura do silfo ainda aparece nos dias de hoje como um importante enigma
na nossa imaginação. Enquanto questionam quão materiais são o corpo e a vida
após a morte, bem como a nossa relação com os mortos e os seus corpos terrenos,
os silfos lançam dúvidas sobre alguns grandes aspetos mais solidificados do
pensamento ocidental: o dualismo, o tempo linear, o racionalismo ...
A meio caminho entre o
rito fúnebre e a anfidromia (celebração do nascimento), “Sylphides” parece
destinada a ser uma tentativa literal de reencarnação. Por meio de uma
abordagem que possibilita vivenciar a suspensão das funções vitais, pretende
aceder a uma nova compreensão do nosso corpo e dos seus potenciais
aniquilamentos e renascimentos.
Criação: Cecilia
Bengolea, François Chaignaud.
Performers: Antonella
Sampieri, Chiara Gallerani.
Relacionado
Cecilia Bengolea (Buenos Aires, 1979), trabalha com vários media,
incluindo performance, vídeo e escultura, usando a dança como uma ferramenta e
um meio de empatia radical e troca emocional. Bengolea encara o movimento, a
dança e a performance como escultura animada, onde ela própria é objeto e
sujeito da sua própria obra. Imbuída de energias simbólicas encontradas na
natureza e nas relações empáticas, as suas composições formam-se em torno de
ideias do corpo como um médium - tanto individual como coletivo.
Bengolea colaborou com
artistas de dancehall como Craig Black Eagle, Bombom DHQ, Damion BG e com os
artistas Dominique Gonzalez Forster e Jeremy Deller. O trabalho colaborativo
com o coreógrafo francês François Chaignaud, “Pâquerette” (2005-2008) e “Sylphides”
(2009), ganhou vários prémios, como o Award de la Critique de Paris em 2010 e o
Young Artist Prize na Bienal de Gwangju em 2014. Também co-criaram peças para a
sua companhia Vlovajob Pru, bem como para o Ballet de Lyon (2013), o Ballet de
Lorraine (2014) e Pina Bausch Tanztheater Wuppertal.