ÁRVORES - TESTEMUNHOS E SINGULARIDADES

Ciclo de Conversas Somos Árvores

SOMOS ÁRVORES

Auditório da Fundação de Serralves.
29 SET 2021

Com o Professor Jorge Paiva

Horário: 17:30

Evento hibrido, de acesso gratuito, com inscrição obrigatória através deste link

O link de acesso e mail de confirmação de inscrição serão enviados até à véspera do evento.

2109 Conversa ÁRVORES - TESTEMUNHOS E SINGULARIDADES 29 set

As árvores, por serem plantas de ampla longevidade (ex. ca. 5.000 anos tem um pinheiro-da-califórnia, Pinus longaeva) são testemunhos de alguns ecossistemas que existiram, assim como da atividade tectónica das placas da crosta terrestre. Além disso, por serem lenhosas, fossilizam melhor do que as ervas. Alguns dos respetivos fósseis são, igualmente, testemunhos da história da cobertura florestal do Globo e da deriva continental.

As árvores funcionam como autênticas fábricas vivas, utilizando ingredientes tão simples como a água e sais minerais absorvidos através das raízes, o dióxido de carbono da atmosfera e a luz do sol como fonte de energia. Uma particularidade destas "fábricas", é que o seu funcionamento, não provoca qualquer poluição, melhorando até a qualidade do ar que respiramos, contribuindo, assim, para a nossa saúde e bem-estar.

No entanto, estas plantas notáveis podem ter, para pessoas diferentes, significados diversos. Para os nossos antepassados, constituiu a principal fonte de alimento, de combustível, de proteção e ainda objeto de culto. As lendas provenientes de algumas regiões do país, são a prova da atenção que merecem da nossa população e da origem de alguns topónimos e patronímicos. Para o homem atual pode representar uma sombra aprazível, um elemento de adorno da paisagem, a fonte de madeira e de pasta para papel ou a origem de substâncias com aplicação medicinal e cosmética. Para os restantes seres vivos, as árvores fornecem alimento, abrigo e até mesmo suporte físico e algumas espécies chegam até a explorar preferencialmente certas partes da árvore, estando dependentes destas para sobreviverem. Como se ainda não bastasse, as árvores são, dos seres vivos que se conhecem, os que atingem maiores dimensões e maior longevidade. São testemunhos vivos da história e do clima do passado.

Na Natureza, há árvores de enorme biomassa como, por exemplo a Gilbertiodendron maximum, descrita, em 2015, com 100 toneladas e 45 m de altura e uma Sequoiadendron giganteum com 1487 m3 de volume); altíssimas, com o máximo de 116 m de altura de uma  Sequoia sempervirens; e até tão baixas e atarracadas, constituído autênticos “bonsais” naturais como, por exemplo, a Cyphostemma uter.

Além disso, muitas árvores possuem características muito singulares adaptativas aos ecossistemas e aos polinizadores e dispersores dos seus diásporos.

Por outro lado, sobre as árvores vivem muitas plantas (epífitas), como musgos, fetos, orquídeas e até arbustos, muitos animais, como pequenos roedores, aves, moluscos, insetos, fungos e microrganismos.

 

Uma árvore não é, pois, apenas um indivíduo; é um conjunto de ecossistemas. Quando se abate uma árvore, destroem-se muitos ecossistemas.

 

Jorge Paiva

Biólogo

Centre for Functional Ecology - Science for People & the Planet. University of Coimbra

 

 

PROGRAMA

 

17h30

 – Boas vindas (Enquadramento “Somos Árvores” e apresentação do Professor Jorge Paiva)

Professora Helena Freitas (Direção do Parque)


17h40

– Intervenção

Professor Jorge Paiva (Investigador CEF e Investigador aposentado do Departamento de Ciências da Vida da UC)


18h30

– Saída de Campo

Professor Jorge Paiva e Ricardo Bravo (Coordenador do Serviço de Manutenção do Parque de Serralves)


19h30– Encerramento

2109 Conversa ÁRVORES - TESTEMUNHOS E SINGULARIDADES 29 set

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Helena Freitas doutorou-se em Ecologia pela Universidade de Coimbra, em colaboração com a Universidade de Bielefeld, Alemanha, em 1993, e realizou um pós-doutoramento na Universidade de Stanford, EUA, entre 1994 e 1996. É Professora Catedrática na área da Biodiversidade e Ecologia no Departamento de Ciências da Vida da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra desde 2003, e detentora da Cátedra Unesco em Biodiversidade e Conservação para o Desenvolvimento Sustentável desde 2014 (http://unescobiodiversitychair.uc.pt/?lang=en).

Foi Vice-Reitora da Universidade de Coimbra entre 2011 e 2015, com o pelouro das Relações Institucionais, Museus e Desporto. Entre 23 de outubro de 2015 e 10 de março de 2016 foi deputada e vice-presidente do Grupo Parlamentar do Partido Socialista. Entre 10 de Março de 2016 e 18 de julho de 2017 foi Coordenadora da Unidade de Missão para a Valorização do Interior, tendo coordenado o Programa Nacional para a Coesão Territorial (www.pnct.gov.pt, Diário da República n.º 226/2016, Série I, de 2016-11-24).

Helena Freitas integrou o Conselho Geral da Universidade de Coimbra (2009-2011), foi Diretora do Jardim Botânico da Universidade de Coimbra de 2004-2012, tendo elaborado e  coordenado o seu programa de requalificação,  Presidente da Liga para a Proteção da Natureza (1999 – 2002), primeira Provedora do Ambiente e Qualidade de Vida da cidade de Coimbra (2002 - 2005), fundadora e Presidente da Sociedade Portuguesa de Ecologia (2004 - 2013) e Vice-Presidente da Sociedade Europeia de Ecologia (2009 - 2012).

Atualmente, é Coordenadora da unidade de investigação Centre for Functional Ecology – science for people and the planet (cfe.uc.pt), Coordenadora científica do FitoLab - Laboratório de Fitossanidade do Instituto Pedro Nunes (www.ipn.pt/laboratorio/fitolab), e integra o Conselho Científico do Departamento de Ciências da Vida da Universidade de Coimbra. Em Julho de 2019 integrou o comité europeu para a adaptação às alterações climáticas, incluindo a transformação societal. Desde Agosto de 2019 representa Portugal no IPBES.

As áreas científicas de especialidade relacionam-se com: Ecologia; Ecossistemas Mediterrânicos; Floresta e Agricultura; Ecologia e Gestão de espécies exóticas e invasoras; Conservação da Natureza, Biodiversidade; Fisiologia da árvore; Diversidade de Plantas e Fungos; Tolerância ao Stress e Bioremediação; Política ambiental; Bioenergia; Conservação da Natureza; Ecologia microbiana; Ecologia e Sociedade. Foi coordenadora ou participante em vários projetos e consórcios nacionais e internacionais, incluindo o Millennium Ecosystem Assessment. Orientou ou coorientou 20 dissertações de mestrado e 34 teses de doutoramento.

É autora em mais de 300 publicações científicas internacionais indexadas e várias obras de promoção e divulgação da ciência. Publica regularmente na imprensa nacional e regional, em particular sobre ambiente, territórios e sociedade, planeamento e políticas de desenvolvimento com base no conhecimento. Em março de 2000 foi-lhe atribuída a Comenda da Ordem do Infante D. Henrique pelo Presidente da República Portuguesa Jorge Sampaio.


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