Com Ana Mendes, Professora Associada na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, Clayton F. Lino, Diretor de Relações Institucionais da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, Brasil, Marcello Dantas, Curador da exposição Ai Weiwei Brasil, e moderação de Helena Freitas, Diretora do Parque de Serralves. 

Numa perspetiva de reflexão conjunta da Exposição “Ai Weiwei: Entrelaçar”, a Ciência e a Arte unem-se para o diálogo no Museu e no Parque. 

Ana Mendes, Professora Associada na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, no âmbito da temática Arte-Ativismo no Antropoceno e Plantationoceno, traçará continuidades na arte-ativismo de Ai Weiwei, reexaminando obras como Dropping a Han Dynasty Urn (1995), com um enfoque nas ideias de mortalidade, cópia e “reprodutibilidade técnica”. Num segundo momento, a exposição Entrelaçar será enquadrada numa abordagem pós-humanista de planetariedade, de resposta de Weiwei às “crises” do Antropoceno e Plantationoceno através de processos artísticos de “reprodutibilidade técnica” (moldagem, fundição, fotografia e filmagem).

Clayton F. Lino, Diretor de Relações Institucionais da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, Brasil, irá apresentar os instrumentos de conservação, o conhecimento e desenvolvimento sustentável na Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, Brasil, a maior unidade da Rede de RB da Unesco, que com cerca de 90 milhões de hectares forma um imenso corredor ecológico envolvendo os 17 estados brasileiros onde ocorre a Mata Atlântica, uma das mais belas, biodiversas e ameaçadas florestas tropicais do planeta. A RBMA, assim como as demais Reservas da Biosfera do MAB/Unesco, tem como funções básicas a conservação da biodiversidade, a difusão do conhecimento tradicional e científico e a promoção do desenvolvimento sustentável, a partir de uma governança efetivamente participativa. Para além de cumprir a sua missão através de mecanismos como a gestão participativa e descentralizada, promove a definição de políticas públicas, parcerias, projetos de desenvolvimento local e valorização da ciência, sendo cada vez mais evidente a força da arte, história e cultura enquanto ferramentas básicas e determinantes da ação. A apresentação de Clayton Lino, Diretor da RBMA, aborda a importância desses elementos culturais na luta pela Reserva.

Marcello Dantas, curador da série de 6 exposições de Ai Weiwei na América Latina e da Cordoaria em Lisboa, irá revelar a história por trás do projeto que resultou na Árvore Pequi de Ai Weiwei e todas as suas consequências políticas, ambientais e simbólicas que envolvem o projeto. Desde o encontro casual com as raízes em uma viagem de prospeção até os desafios técnicos enfrentados por uma equipe transnacional diante de uma dimensão monumental do trabalho.  O encontro de simbolismos que originam em um poema de Ai Qing, pai de Ai Weiwei e conectam as culturas do Brasil, Portugal e da China através raízes que ele moldou.