Uma importante vertente que atravessa desde sempre as experiências sonoras de Tarek Atoui é a colaboração. A grande maioria dos seus trabalhos envolve e desenvolve-se a partir da participação de outros. Pode tratar-se de designers, instaladores, músicos, especialistas de gravações de campo, ouvintes. Acontece muitas vezes que as suas instalações se oferecem como plataformas relacionais muito diretas, uma vez que podem ser ativadas pelo público e por outros artistas. Em Serralves, a sua exposição, “O Testemunho das Águas”, conta com o artista sonoro Alan Affichard e abre-se a um grupo de músicos e de artistas portugueses, assim como a estudantes de escolas de artes convidados a dialogar e interagir com os trabalhos instalados. Para além de workshops colaborativos e de formação, são organizadas performances durante todo o tempo de duração da mostra e os artistas podem intervir e envolver-se com a diversidade de sons que habitam a exposição em diferentes fases, evoluindo desde o seu despertar no inverno até ao encerramento em pleno verão.

Francisco Antão (n. 1994; tipo de sangue: O-) é ex-patologista forense, mas substituiu a mesa de dissecação pela mesa de mistura. Produtor musical, dedica-se ao tráfico e disseminação de codecs de áudio. Sofre de bruxismo crónico nos tempos livres.

Mariana Sardon (n. 1990) vive e trabalha na cidade do Porto. Licenciada em Tecnologias da Comunicação Multimédia, na Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo do Politécnico do Porto e mestre em Música Interativa e Design de Som, na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.

Dedica-se às artes visuais e sonoras e investiga arquivos de áudio e de imagem. Interessa-se pelos processos técnicos de registo da memória visual e sonora, que explora ao nível da performance ou da instalação.