SESSÃO DE CINEMA

Sessão Cinema: READING FILM FROM KNOTS BY R.D. LAING | FORTINI/CANI

CICLO DE CONVERSAS E VISITAS

Auditório da Casa do Cinema Manoel de Oliveira
08 MAI 2022 | 18H00

Todos os filmes serão apresentados na sua língua original e legendados em português.

Por motivos de força maior o programa poderá ser alterado.


Acesso

Bilhete (1 sessão): 3€

Estudante/Jovem, Maiores de 65 e Amigos de Serralves: 1,5€

O acesso ao Auditório da Casa do Cinema é feito pela Rua de Serralves nº 873, 30 minutos antes do início da sessão.



2205 READING FILM FROM KNOTS BY R.D. LAING e FORTINI/CANI

READING FILM FROM KNOTS BY R.D. LAING

David Lamelas

UK | 1970 | 12 min.


FORTINI/CANI

Danièle Huillet, Jean-Marie Straub IT, UK, USA, FR | 1976 | 83 min.


Manoel de Oliveira afirmou, numa entrevista de 1996, que “a única maneira de filmar um livro tal e qual ele é, é filmá-lo página a página, e o espetador lê-o no ecrã.” Esta é uma sessão composta por dois títulos que filmam, literalmente, dois livros – não os adaptam, filmam-nos. A curta-metragem de David Lamelas assume-o logo no título (Reading Film From Knots by R.D. Laing), este é um “um filme para ler”, sendo o livro um tratado do psicanalista escocês Ronald D. Laing, intitulado “Knots”. O filme promove um desajuste entre a leitura do espetador do texto escrito e a leitura do texto por uma atriz, encontrando nesse intervalo uma metáfora sobre os processos psicológicos identificados pelo terapeuta. Já Fortini/Cani, a primeira longa-metragem da dupla Huillet-Straub, toma como título o apelido de um escritor e uma palavra do título do seu livro: “I Cani del Sinai”, de Franco Fortini, um ensaísta e filósofo italiano, judeu e comunista (nome cimeiro do pensamento na Nova Esquerda italiana dos anos 1970). O escritor lê passagem do seu próprio livro – uma crítica ao capitalismo e à alienação do estado de Israel – enquanto a câmara de Renato Berta (diretor de fotografia que viria a trabalhar regularmente com Oliveira) nos oferece panorâmicas da paisagem italiana. O

discurso e a paisagem enchem-se de alusões à resistência ao fascismo, antecipando, também, o sentimento anti-árabe que se generalizou nas décadas seguintes na Europa. Uma meditação sobre os abusos de poder e a amnésia histórica.


Filmes apresentados no contexto do ciclo Domingos na Casa do Cinema: Cinema e Literatura, programado em paralelo à exposição O Princípio da Incerteza: Manoel de Oliveira e Agustina Bessa-Luís.

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