Agustina no Cinema
18H00
O acesso é gratuito e deverá ser feito diretamente pela Rua de Serralves nº 873, 30 minutos antes do início da sessão.
A mesa-redonda Agustina no Cinema procura questionar de que modo o cinema foi lendo e interpretando a obra literária da autora, uma escrita que foi – e ainda é – tida como inadaptável.
A obra de Agustina Bessa-Luís manteve, ao longo das décadas, uma relação próxima com o cinema e a televisão. Mais do que isso, a própria escritora sempre foi uma eclética espetadora, tendo escrito vários ensaios sobre cinema. Mas mesmo antes de iniciar a longa colaboração com Manoel de Oliveira (e que se traduziu em 9 filmes e uma peça de teatro), já Agustina escrevia peças de teatro com o intuito de serem filmadas para a televisão ou assinava narrações para documentários. Além de Oliveira, também João Botelho (A Corte do Norte) e Rita Azevedo Gomes (as palavras de Agustina reaparecem em quase todos os seus filmes em forma de citação, sendo A Conquista de Faro e A Portuguesa baseados em argumentos originais e diálogos da escritora) filmaram a partir da obra literária de Agustina Bessa-Luís. Neste ano de 2022, quando se comemora o centenário do seu nascimento, preveem-se três novos filmes em torno da sua obra escrita, uma adaptação de A Sibila e dois documentários.
Esta mesa-redonda é organizada em parceria com o Instituto de Literatura Comparada Margarida Losa, no âmbito do ciclo “Agustina Leitora. Leituras de Agustina”, composto por quatro mesas-redondas em torno da intertextualidade e da tradução da obra agustiniana, que acontecem entre os dias 19 e 22 de outubro, no âmbito do centenário do nascimento da escritora.
PARTICIPANTES DA MESA-REDONDA
António Preto
Diretor da Casa do Cinema Manoel de Oliveira, Fundação de Serralves, desde a sua abertura em 2019. Doutorado em Estudos Cinematográficos pela Université Paris-Diderot – Paris 7, com uma tese intitulada Manoel de Oliveira: Cinéma et littérature (2011). Entre 2012 e 2018 foi docente da Escola Superior Artística do Porto e da Universidade Lusófona do Porto. Até 2018 desenvolveu igualmente projetos como comissário e programador independente, entre os quais o ciclo de cinema Manoel de Oliveira: O imaginário do Douro, a retrospetiva integral Teresa Villaverde, o ciclo de cinema e exposição Edgar Pêra: Uma Retrospetiva. Merecem ainda destaque a coordenação editorial e consultoria de programação da retrospetiva integral Manoel de Oliveira – Grande Plano, bem como o comissariado da exposição Manoel de Oliveira / José Régio – Releituras e fantasmas. Tem participado em inúmeros colóquios e conferências internacionais centrados, sobretudo, no cinema português e em Manoel de Oliveira, além de ter colaborado regulamente, enquanto crítico, para a revista Cahiers du cinéma.
David Pinho Barros
David Pinho Barros (Porto, 1986) é professor, investigador e curador nas áreas da literatura, do cinema e da banda desenhada. É licenciado em Línguas e Literaturas Modernas pela Universidade do Porto, mestre em Ciências da Comunicação pela Universidade Nova de Lisboa, doutor em Literatura pela KU Leuven e doutor em Estudos Literários, Culturais e Interartísticos pela Universidade do Porto, com uma tese elaborada em cotutela entre as duas instituições. Entre 2008 e 2021, trabalhou na curadoria e produção de exposições e eventos cinematográficos em Portugal, na Bélgica, no Reino Unido e no Brasil, e deu aulas de história e análise de cinema e de banda desenhada na Alliance Française, na Universidade do Porto, na Universidade do Minho, na Universidade Nova de Lisboa e na Universidade Católica Portuguesa. É, agora, professor auxiliar na Faculdade de Letras da Universidade do Porto e investigador do Instituto de Literatura Comparada Margarida Losa, e acaba de publicar o livro The Clear Line in Comics and Cinema: A Transmedial Approach (Leuven University Press).
Rita Azevedo Gomes
Nascida em Lisboa, Portugal, em 1952, Rita Azevedo Gomes começou por estudar Belas Artes antes de trabalhar em cinema e teatro. Além de realizadora, também é programadora e curadora das exposições da Cinemateca Portuguesa. Integrou, ao longo dos anos, vários projetos de teatro, ópera, artes plásticas e cinema, entre os quais se salientam os seus trabalhos gráficos destinados a edições de cinema. Colaborou com nomes importantes do cinema português tais como João Bénard da Costa, Luís Noronha da Costa, Manoel de Oliveira, Valeria Sarmiento, entre outros. Realizou o seu primeiro filme, O Som da Terra a Tremer, em 1990, após o qual se seguiram várias curtas e longas-metragens que lhe valeram reconhecimento internacional. O trio em mi bemol (2022) é o seu filme mais recente.