Cursos e Workshops

ALTERNATIVAS CÓSMICAS III: O EXTERIOR

A TERRA COMPARTILHADA

Escola de Verão com Natalia Brizuela, Martin Savransky, Peter Skafish, Eduardo Viveiros de Castro

Fundação de Serralves
27 JUN 2022 - 6 JUL 2022
2605 Escola de Verão com Natalia Brizuela, Martin Savransky, Peter Skafish, Eduardo Viveiros de Castro

SUMMER SCHOOL: A TERRA COMPARTILHADA

Alternativas Cósmicas III: O Exterior


Corpo Docente: Natalia Brizuela, Martin Savransky, Peter Skafish, Eduardo Viveiros de Castro.

Organizado pelo Institute of Speculative and Critical Inquiry (ISCI), Berkeley, California em colaboração com a Fundação de Serralves.



Existe alguma coisa — existe alguém — fora deste mundo? O mundo moderno que emergiu durante a era colonial e que, em grande parte, persistiu até hoje foi concebido de várias maneiras enquanto tecnologização de todos os seres, ou a sua repartição ontológica, ou a absoluta medição de cada um em relação ao resto. Mas enquanto essas definições nos dizem algo sobre certos aspetos essenciais da modernidade, elas podem não nos dizer o que elas fazem juntas, que é incorporar seres num sistema cada vez maior e mais potente. Dito de outra forma, a modernidade pode ser antes de tudo o projeto de trazer seres e mundos para dentro do mundo amplo e diverso que constrói com eles.


Nesta edição da escola de verão Alternativas Cósmicas, consideraremos se tal conceito de modernidade pode permitir-nos diagnosticar melhor a condição de certas crises e problemas que se acredita afligirem o mundo inteiro, mas que podem muito bem servir para reforçar e reproduzir uma ideia muito específica do mundo. Retomando as tentativas teóricas, filosóficas, estéticas, ficcionais e “de fora” para avaliar se pode haver um exterior para o nosso mundo (e quem poderá estar lá) ou como fazer um e chegar até ele, vamos ponderar novamente a questão de alternativas cósmicas — e as alternativas de pensamento que elas oferecem. Percorrendo uma gama de políticas anarquistas, pensamento da negritude, filosofia cosmopolítica, pensamento descolonizador, etnografia experimental, práticas fugitivas... até à metafísica variacional, queerness selvagem, ficções xenológicas, sonhos yanomami e zoo-semiótica, consideraremos desafios reconhecidos e distantes que confrontam os desígnios do mundo para permanecer dentro dele próprio e aceitar essa posição.


Dirigido por uma lista de professores que trabalham entre a antropologia, teoria da arte, teoria crítica global e filosofia, estudantes de doutoramento, investigadores de pós-doutoramento, professores, ativistas e outros preocupados com problemas como política climática, colonialidade, relações humanos-não-humanos, cosmologias não modernas, pluralismo radical, secularismo, política da ciência e assim por diante, terão uma oportunidade única de aprender com esse grupo de professores num formato intenso e colaborativo. São também bem -vindos participantes com práticas artísticas em meios digitais visuais, sonoros, baseadas no tempo e em outros media.


Mais informação em:

http://www.theisci.org/summer_schools.html


Sobre o Corpo Docente:


Natalia Brizuela é Professora de Espanhol e Português e Cinema e Media na Universidade da Califórnia, Berkeley. O seu trabalho centra-se em fotografia, cinema e arte contemporânea, teoria crítica e estética da América Hispânica e do Brasil. É autora de dois livros sobre fotografia: Fotografia e Império. Paisagens para um Brasil Moderno (Cia das Letras, 2012) e Depois da fotografia. Uma literatura fora de si (Rocco, 2014). Com Jodi Roberts, escreveu dois livros - Photography at its Limits (OneEditionBooks, 2019) e The Matter of Photography in the Americas (Stanford University Press, 2018) - como parte de projetos de exposição que co-curaram. Foi também curadora de NO SÉ (El templo del sol), exposição individual do artista brasileiro Nuno Ramos no Parque de la Memoria, em Buenos Aires, em 2015, e atualmente prepara uma exposição sobre a obra de Waldemar Cordeiro com Rachel Price. Está atualmente a trabalhar em dois projetos de livros. O primeiro analisa instâncias da produção fotográfica contemporânea que ultrapassaram as condições materiais, de media e históricas, da fotografia. O segunda é um estudo do tempo como crítica na estética contemporânea. Com Leticia Sabsay (LSE), é co-editora da série de livros Critical South (Polity Books).


Eduardo Batalha Viveiros de Castro é um antropólogo brasileiro e professor do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Publicou muitos livros e artigos, entre eles Metafísica Canibal, The Ends of The World, From the Enemy's Point of View: Humanity and Divinity in an Amazonian Society, The Inconstancy of the Wild Soul e Other Essays on Anthropology. Nascido no Rio de Janeiro, Viveiros de Castro lecionou na École des Hautes Études en Sciences Sociales (Paris), na Universidade de Chicago, e na Universidade de Cambridge.


Martin Savransky é Professor Associado no Departamento de Sociologia da Goldsmiths, University of London, onde dirige o Mestrado em Ecologia, Cultura e Sociedade. O seu trabalho combina filosofia e ciências sociais, pensamento pós-colonial e humanidades ambientais, para ativar metodologias fugitivas e especulativas da vida em territórios ecológicos instáveis. É autor de Around the Day in Eighty Worlds: Politics of the Pluriverse (Duke University Press, 2021) e The Adventure of Relevance: An Ethics of Social Inquiry (com prefácio de Isabelle Stengers; Palgrave, 2016), e co-autor e editor de After Progress (Sage, 2022) e de Speculative Research: The Lure of Possible Futures (Routledge, 2017). Publicou ensaios em fóruns como Theory, Culture & Society, Social Text, The Sociological Review e SubStance: A Review of Literary and Cultural Criticism. Foi co-curador da exposição digital After Progress (www.afterprogress.com) e está atualmente a trabalhar num novo projeto de livro (provavelmente) intitulado The Murmurs of the Outside: Subaltern Ecologies and Uncivilized Life.


Peter Skafish trabalha entre a antropologia e a filosofia sobre a questão do que é o pensamento, tanto dentro como fora da modernidade. Ocupou cargos no Collège de France, na Universidade da Califórnia, em Berkeley, na Universidade McGill e na Universidade Bauhaus, em Weimar. Além de escrever a introdução à tradução inglesa de De Montaigne à Montaigne de Claude Lévi-Strauss e co-editar o

livro Comparative Metaphysics: Ontology After Anthropology, publicou ensaios em fóruns como Angelaki, Common Knowledge, Cultural Anthropology e Qui Parle. É também tradutor, incluindo The Heidegger Change, de Catherine Malabou, e Cannibal Metaphysics, de Eduardo Viveiros de Castro e editor da revista The Other. Atualmente está a concluir o livro Rough Metaphysics: Speculative Thought in a Pluriversal Channel (An Anthropology of Concepts), publicado pela University of Minnesota Press.

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