MANUAL FOCUSMETTE INGVARTSEN

O MUSEU COMO PERFORMANCE

Performance

Auditório de Serralves
04 NOV | 17:00, 19:00
MANUAL FOCUS
Foto © Eike Walkenhorst

MANUAL FOCUS (2003), 25'


"Manual Focus" é um virar dos rostos a 180 graus, braços e pernas invertidos e o trocar da frente pela parte posterior do corpo. Troca de corpos de animais, criaturas desorganizadas para humanos sem cabeça e outras categorias sem nome. Máscaras de homens velhos na nuca de três mulheres nuas transformam-nas num organismo de 12 patas, obliterando a sua identidade ao cobrir o seu verdadeiro rosto com a artificialidade de uma máscara. Não é o monstro em si, mas sim as conexões monstruosas entre nu/mascarado, artificial/real, masculino/feminino que produzem um olhar desfamiliarizado sobre corpos que conhecemos. Monstros não são uma espécie com a qual nos possamos familiarizar, eles desaparecem e fogem, desfocados.

Conceção: Mette Ingvartsen
Criação e interpretação: Manon Santkin, Kajsa Sandström e Kaya Kolodziejczyk
Produzido na P.A.R.T.S. (Bruxelas), 2003

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Mette Ingvartsen

Mette Ingvartsen é uma coreógrafa e performer dinamarquesa. Iniciou em 1999 os seus estudos em Amsterdão e Bruxelas onde, em 2004, se formou na escola de artes cénicas P.A.R.T.S.. Obteve o grau de doutoramento em coreografia pela UNIARTS/Lunds University, na Suécia.

O trabalho de Ingvartsen caracteriza-se pelo hibridismo e explora a extensão das práticas coreográficas, combinando dança e movimento com outros domínios como as artes visuais, a tecnologia, a linguagem e a teoria.

As suas primeiras peças, começando com a sua primeira performance, ‘Manual Focus’ (2003), realizada enquanto ainda estudava, questionam o afeto, a perceção e a sensação em relação à representação corporal.

Uma importante vertente do seu trabalho foi desenvolvida entre 2009 e 2012 com ‘The Artificial Nature Series’, onde se concentrou na reconfiguração das relações entre a agência humana e não humana através da coreografia.

Em contraste, a sua série posterior, ‘The Red Pieces’, inscreve-se numa história da performance humana com foco na nudez, na sexualidade e na forma como o corpo tem sido, historicamente, um lugar de lutas políticas.

Em 2019, estreou ‘Moving in Concert’, uma coreografia de grupo abstrata que se foca no entrelaçamento entre humanos, ferramentas tecnológicas e matérias naturais.

Em 2021, Mette Ingvartsen apresentou dois novos projetos: ‘The Life Work’, um projeto in situ com idosos na região do Ruhr, na Alemanha, que aborda questões de migração. E um novo solo, ‘The Dancing Public’, inspirado no fascínio pelas manias das danças ao longo da história.

‘Skatepark’, uma performance em grande escala para skaters, bailarinos e comunidades locais de um parque de skate, estreou em 2023. E para 2024, está a preparar ‘Rush’, uma performance a solo de Manon Santkin que se baseia em 20 anos de colaboração.

Ingvartsen fundou a sua companhia em 2003 e, desde então, o seu trabalho tem sido apresentado em toda a Europa, bem como nos EUA, Canadá, Austrália e Ásia. Foi artista residente no Kaaitheater em Bruxelas (2012-2016), no Volksbühne em Berlim e associada à rede APAP.

Além de criar, interpretar, escrever e dar palestras, a sua prática também inclui ensinar e partilhar pesquisas por meio de workshops com estudantes de universidades e escolas de arte. Colaborou com Xavier Le Roy, Bojana Cvejic, Jan Ritsema e Boris Charmatz, e investiu em projetos de investigação coletiva como a plataforma artística EVERYBODYS (2005-2010) para a qual co-editou as everybodys publications, mas também o projeto educativo Six Months, One Location (2008) e a conferência performativa 'The Permeable Stage'.

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