SESSÃO DE CINEMA: LES QUATRE CENTS COUPS | EN RACHÂCHANT
ANIKI-BÓBÓ - 80 ANOS
Todos os filmes serão apresentados na sua língua original e legendados em português.
Por motivos de força maior o programa poderá ser alterado.
Acesso
Bilhete (1 sessão): 3€
Estudante/Jovem, Maiores de 65 e Amigos de Serralves: 1,5€
O acesso ao Auditório da Casa do Cinema é feito pela Rua de Serralves nº 873, 30 minutos antes do início da sessão.
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05 DEZ | SÁB | 17H00
EN RACHÂCHANT
Danièle Huillet, Jean-Marie Straub
FR | 1982 | 7 min.
LES QUATRE CENTS COUPS
François Truffaut
FR | 1959 | 99 min.
EN RACHÂCHANT
Danièle Huillet, Jean-Marie Straub
Baseado no conto de Marguerite Duras “Ah! Ernesto!” (publicado em 1971), En rachâchant retrata, em apenas sete minutos, um rapazito teimoso e precoce com os seus óculos de massa e lentes fundas que concretiza o sonho de todos os seus amigos e colegas de turma: mandar à merda o professor, e tudo o que ele representa (a escola, a pedagogia, o ensino centralizado, a família, o estado, a nação). Uma comédia subversiva que tem pontos em comum com a sequência da sala de aula de Aniki-Bóbó, em que, apesar de o confronto com a autoridade ser mais sub-reptício, a paródia à figura do educador é igualmente crítica – o que não deixou de causar incómodo junto dos setores mais conservadores aquando da sua estreia.
LES QUATRE CENTS COUPS
François Truffaut
Antoine Doinel tem catorze anos. Na escola, não para e arranja problemas com a professora que o castiga por ter escrito nas paredes da sala de aula. Em casa, os pais são indiferentes à sua presença e não sabem o que fazer com ele durante as férias. Antoine faz gazeta à escola com o colega René e surpreende a mãe nos braços do seu amante. A vida de Antoine parece que será vivida sob o signo da mentira e do desenrasque. Filmado a preto e branco e em formato panorâmico, Les Quatre cents coups é um dos atos fundadores do cinema moderno. Parcialmente autobiográfico, conta a história de um adolescente mal-amado, que comete pequenos delitos e é friamente mandado pelos pais para um reformatório, de onde acaba por fugir, numa célebre cena, que é tão realista quanto simbólica. Em
completa oposição ao cinema francês de então, o filme instaura uma nova relação com os atores, com o espaço e com a narrativa (inspirando-se em Little Fugitive e Zéro de conduite). A primeira longa-metragem de François Truffaut (que tinha então 27 anos – e Jean-Pierre Léaud apenas 14) aborda as questões de uma infância solta e revoltada, como o fizera Manoel de Oliveira (então com 34 anos) em Aniki-Bóbó, também esta a sua primeira longa-metragem.
Filmes apresentados no âmbito da celebração do 80.º aniversário da estreia de Aniki-Bóbó, que inclui uma exposição documental no foyer do Auditório da Casa do Cinema Manoel de Oliveira* e um ciclo de conversas.
*Acessível sempre que decorram atividades no Auditório da Casa do Cinema Manoel de Oliveira.