SESSÃO DE CINEMA: VERTIGO
ANIKI-BÓBÓ - 80 ANOS
Todos os filmes serão apresentados na sua língua original e legendados em português.
Por motivos de força maior o programa poderá ser alterado.
Acesso
Bilhete (1 sessão): 3€
Estudante/Jovem, Maiores de 65 e Amigos de Serralves: 1,5€
O acesso ao Auditório da Casa do Cinema é feito pela Rua de Serralves nº 873, 30 minutos antes do início da sessão.
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17 DEZ | SÁB | 17H00
VERTIGO
Alfred Hitchcock
USA | 1958 | 128 min.
John Ferguson (James Stewart) é um ex-polícia que sofre de vertigens. Contratado para seguir a sua mulher (Kim Novak), acaba por desenvolver uma paixão obsessiva por ela. Só que nem tudo é o que parece, como a tradução portuguesa dá a entender: A Mulher que Viveu Duas Vezes. Duas mulheres que são uma só e um homem que numa procura recriar a imagem que tem da “outra”. A obra-prima de Alfred Hitchock é uma celebração funesta e perversamente necrófila do amor romântico que avança em estado febril até à eclosão da tragédia. Em 2012, na sondagem da revista Sight & Sound, que só
acontece uma vez por década, o filme foi considerado o melhor de toda a história do cinema.
Os filmes de Hitchcock foram fundamentais para o entendimento de Manoel Oliveira sobre o cinema, em particular, Rebecca (1940). Estreado em Portugal em janeiro de 1941, quando Manoel de Oliveira se preparava para rodar Aniki-Bóbó (que estrearia no final do ano seguinte), o filme marcou profundamente o realizador português. Como viria a lembrar, “Rebecca é um filme ardiloso, muito bem concebido e estruturado. Esse (…) [filme] influenciou-me muito, antes de eu fazer o Aniki-Bobó.” Acrescentado “É claro que o meu filme não se parece nada, (…) com o do Hitchcock.” E se, de facto, esses dois filmes não se parecem, já o mesmo não pode ser dito de Vertigo e Aniki: a mesma obsessão de um homem/rapaz por uma mulher/rapariga e o desejo de a converter em boneca (no caso de Oliveira, literalmente), a mesma recorrência da queda como sinédoque da culpa, a mesma dimensão psicanalítica onde o sonho se imiscui na realidade, a tematização do olhar como forma de posse e o espaço da montra como súmula erótica dos desejos, irrealizáveis, das personagens.
Filme apresentado no âmbito da celebração do 80.º aniversário da estreia de Aniki-Bóbó, que inclui uma exposição documental no foyer do Auditório da Casa do Cinema Manoel de Oliveira* e um ciclo de conversas.
*Acessível sempre que decorram atividades no Auditório da Casa do Cinema Manoel de Oliveira.