FLORIS VANHOOF: ANTENNA / TALKING GONGS

Torre e Jardim da Capela da Casa de Serralves
07 JUN - 09 NOV 2025
0706 FLORIS VANHOOF: ANTENNA / TALKING GONGS

Floris Vanhoof, artista sediado em Antuérpia, combina circuitos caseiros e tecnologias atualmente abandonadas para criar instalações e performances em que sistemas cuidadosamente concebidos de tradução entre as dimensões musical e visual são postos em ação, abrindo possibilidades para perspetivas e perceções inesperadas.

ANTENNA (2022)

"Numa época em que todas as coisas estão ligadas sem fios, esta instalação convida a ficar parado e a ouvir como um instrumento mecânico pode soar no final da era da informação. Para ver e ouvir como um objeto que não é deste tempo reage a ondas omnipresentes."

A instalação de Floris Vanhoof, Antenna, liga uma parte importante do ambiente em que estamos imersos, nomeadamente o mundo invisível das ondas eletromagnéticas, ao mundo material visível na forma concreta de um ícone da música clássica, um piano.

Este piano está virado de lado. A força da gravidade já não pode ser utilizada para se tocarem as suas cordas. Em vez disso, o instrumento é excitado e posto a vibrar por uma série de eletroímanes fixados na sua estrutura, por sua vez ligados a uma antena construída pelo artista.

Sintonizada em 32 frequências diferentes do espetro eletromagnético, a antena capta as ondas invisíveis que nos rodeiam e nos tocam, provenientes de fontes díspares como uma trovoada, uma estrela moribunda, aviões, chaves de automóveis, satélites, submarinos, telefones, etc. Elas determinam a dinâmica, o ritmo e a polifonia que nos chega do corpo do piano.

TALKING GONGS (2018)

Dois gongos em armações de metal são pendurados em ramos de árvores. Os grandes instrumentos de percussão são elevados a uma altura em que partilham o espaço com pássaros e folhas de árvores, já não acessíveis para serem tocados por humanos de formas convencionais.

Os gongos tornam-se membranas que traduzem em sons as ondas originadas por pequenos circuitos eletrónicos. A alternância de sinais dá-nos a ilusão de um diálogo entre estes grandes discos aparentemente flutuantes, enquanto estes mantêm uma conversa com a paisagem sonora ambiental em constante mudança.


A exposição foi organizada pela Fundação de Serralves, com curadoria de Pedro Rocha.


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FLORIS VANHOOF

Floris Vanhoof Floris Vanhoof (n.1982, vive e trabalha em Antuérpia, Bélgica) Interessa-se pelas formas híbridas da música, das artes visuais e do cinema. Inspirado pelo cinema estruturalista e pelos primeiros tempos da música eletrónica, constrói instalações, cria performances cinematográficas expandidas e edita a sua música. Vanhoof fabrica os seus próprios instrumentos para explorar a fronteira entre imagem, luz e som. Escolhe frequentemente a tecnologia analógica devido à maior transparência do fluxo de trabalho e à riqueza da sua gama dinâmica. Livre de nostalgias, faz experiências com o que costumava ser considerado "alta tecnologia". Vanhoof procura novas ideias com meios antigos. Traduz o som em imagem e vice-versa, ligando diferentes suportes incompatíveis. Tem uma curiosidade especial pelos efeitos que o seu trabalho provoca no espetador. Apresentou performances no ISSUE Project Room Nova Iorque, Palazzo Grassi Veneza, Café OTO Londres, Aural Cidade do México, ZKM Karlsruhe, Donaufestival Krems, Liquid Architecture Melbourne, International Filmfestival Rotterdam, Hangar Bicocca Milano, Eletrónica en abril Madrid, CC Brooklyn, OKLA Montréal, M HKA Antuérpia e Bozar Bruxelas, entre outros. As suas instalações foram apresentadas no Concertgebouw Brugge, CINEMATEK Bruxelas, Audio Foundation Auckland Nova Zelândia, STUK Leuven, Kunsthal Roterdão, Ambika P3 Londres, Castlefield Gallery Manchester, Vooruit Ghent, Netwerk Alost, Bozar Bruxelas, Filmfestival Ghent, entre outros.


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