MANOEL DE OLIVEIRA E O CINEMA PORTUGUÊS
18:30
Acesso: €3
Manoel de Oliveira começou como dissidente de um cinema a que, então, se chamava "cinema nacional”. Fazendo, nesse tempo, face às obstruções ao seu desejo de cinema e ao seu percurso como cineasta, ele construiu – com um escasso número de filmes, realizados ao longo de muitos anos (demasiados anos) – uma poderosa figura moral acompanhada, desde logo e ao mesmo tempo, por um vasto reportório de novas formas.
Tanto sob o plano da invenção formal quanto no que respeita aos temas sobre os quais o seu cinema se lançava, Oliveira foi diversas vezes moderno e sem nenhum atraso em relação aos movimentos mundiais, tendo-lhe acontecido ser pioneiro a essa escala.
E particularmente resiliente face aos impasses do que corre o risco de se tornar um "sistema”.
E sempre pioneiro, se nos colocarmos à escala de Portugal, onde o seu percurso singular o coloca de facto, sem qualquer dúvida, numa posição de "consciência” do que passou a designar-se como "cinema português”… deixando de lhe chamar "cinema nacional”.
Jacques Lemière
Entrada pela Casa do Cinema Manoel de Oliveira, Rua de Serralves, 873
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Investigador do CLERSE (Laboratório do CNRS e Universidade de Lille) em antropologia política e em estudos cinematográficos (com uma tese de doutoramento intitulada Le cinéma comme interpellation du pays. Parcours de cinéastes, événement politique et idée nationale. Le cas du cinéma portugais après avril 1974), Jacques Lemière tem-se dedicado especificamente ao cinema português a partir da criação, em 1990, das Jornadas de Cinema Português de Rouen (Cineluso), trabalho centrado no conhecimento e divulgação do cinema português desenvolvido a partir de 1995 em Lille (no Fresnoy, no programa Citéphilo e no Nouveau Ciné-Club do cinema Le Méliès), bem como noutros lugares em França e na Bélgica.
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