HELENA ALMEIDA
HABITAR A OBRA | DA COLEÇÃO EM MATOSINHOS
Esta exposição é uma forma de homenagear Helena Almeida e de refletir sobre a importância e singularidade da sua obra.
O percurso de Helena Almeida confunde-se com a história da Fundação de Serralves. Foi uma das primeiras artistas portuguesas a ter uma grande exposição na Casa de Serralves, ainda antes da abertura ao público do edifício do Museu; é uma das artistas melhor representadas na Coleção de Serralves e a sua obra, além de frequentemente exposta em mostrascoletivas, foi objecto de uma grande exposição retrospetiva, A Minha Obra é o Meu Corpo, O Meu Corpo é a Minha Obra, no Museu de Serralves, em 2015. Essa mostra teve depois uma importante itinerância internacional para o Jeu de Paume, em Paris (2016), para o Wiels, em Bruxelas (2016) epara o IVAM, em Valência (2017), contribuindo decisivamente para a divulgação do singular trabalho da artista no mundo.
Helena Almeida produziu desde a década de 1960 uma obra singular caracterizada por um marcado interesse pelo corpo, o seu lugar central — que regista, ocupa e define o espaço — e o seu encontro performativo com o mundo. As primeiras telas abstratas da artista abordavam de forma crítica os limites do espaço pictórico e as condições literais da pintura. Esse interesse estendeu-se nos anos 1970 à fotografia, onde o inconfundível espaço do ateliê da artista e o corpo feminino, fragmentado ou parcialmente obscurecido, se tornaram presenças recorrentes. É o caso da obra Sem título, de 1994-95, que integra esta exposição: uma sequência fotográfica de vinte elementos onde a artista se fez fotografar a distâncias várias e onde a escala e o número de elementos que a constituem, associados à dimensão espacial que sobressai do percurso/performance da artista pelo espaço fotografado, revelam uma abordagem inovadora à relação do corpo com o espaço.
Apesar de trabalhar em meios vários, a artista delineia meticulosamente esta coreografia e a composição de muitas das suas obras em estudos e desenhos preparatórios que evidenciam a sua utilização da cor e o poder psicológico do corpo humano. Nas palavras de Helena Almeida: "a minha obra é o meu corpo, o meu corpo é a minha obra”.
Galeria da Imagens
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