Para além da linha. Obras da Coleção de Serralves

Museu
20 NOV 2025 — 04 JAN 2026
2011 Para além da linha

Philippe Van Snick

Symmetrische - Asymmetrische Reeks op paneel (Gold), 1988-89

Tinta acrílica, vinil e folha de ouro sobre madeira (díptico)

152,5 x 152,5 cm (cada)

Col. Fundação de Serralves – Museu de Arte Contemporânea, Porto. Aquisição em 2022


Para além da linha. Obras da Coleção de Serralves apresenta um conjunto de obras recentemente incorporadas na Coleção, cuja seleção foi influenciada pela atual existência de duas exposições dedicadas à arquitetura na Ala Álvaro Siza. Neste conjunto de trabalhos, a presença do desenho é intrínseca, facto que constitui uma tentativa de aproximação entre as linguagens, as questões arquitetónicas e as artes visuais.

Nas obras apresentadas, o formalismo é ilusório, pois a sua dimensão conceptual vai sendo revelada. Algumas relacionam-se de forma mais direta com a arquitetura e com a sua história, como Meurtrière [Seteira] de Nicolas Milhé, que cita claramente uma estrutura construtiva medieval, explorando a função e o valor/significado políticos da arquitetura, ou Model B [Maquete B] de Dan Graham, que evidencia a forma como o vocabulário arquitetónico circundante estrutura a nossa forma de ver o mundo. Se por um lado, Coluna de Vera Mota refere um elemento arquitetónico, por outro, aponta para a sua relação com as proporções do corpo humano, revelando a aproximação à componente performativa do trabalho da artista, enquanto Calapez testa os limites do ato de desenhar — as linhas de Rodado foram obtidas pela passagem de um automóvel sobre a tela —, e Luisa Cunha se serve do ângulo formado pelas paredes edificadas e do acaso para determinar a forma da sua escultura.

As cores planas e as formas regulares da pintura de Philippe Van Snick, a delicadeza etérea dos desenhos de Rei Naito e a observação da luz explorada no vídeo de Sophie Whetnal correspondem a uma atenta observação do cosmos, dos seus ciclos e dos seus fenómenos.



A aparente frieza das linhas e da superfície lisa da peça de Daniel Steegman Mangrané encerra as complexas estruturas geométricas presentes na natureza, em particular na biosfera, área de particular interesse do artista, contrastando com a forma orgânica, textura e cor da escultura de Arlene Shechet.

Os desenhos preparatórios da escultura de Fernanda Fragateiro, instalada no corredor que une as duas alas, testemunham a importância desta disciplina no pensamento artístico e estabelecem uma conexão direta com a própria arquitetura do edifício. Finalmente, Nedko Solakov integra o texto manuscrito e a efabulação na sua prática do desenho como forma, por vezes irónica e mesmo sarcástica, de pensar o mundo.



Pedro Calapez, Luisa Cunha, Fernanda Fragateiro, Dan Graham, Daniel Steegmann Mangrané, Nicolas Milhé, Vera Mota, Rei Naito, Arlene Shechet, Philippe Van Snick, Nedko Solakov, Sophie Whettnall



A exposição é organizada pela Fundação Serralves — Museu de Arte Contemporânea, com curadoria de Isabel Braga

serralves.pt desenvolvido por Bondhabits. Agência de marketing digital e desenvolvimento de websites e desenvolvimento de apps mobile