OPEN SPACE: FOCUS ON DAVID BEHRMAN
OPEN SPACE: FOCUS ON DAVID BEHRMAN constitui-se como
homenagem, e como oportunidade para revisitar um conjunto alargado de obras do
percurso musical de Behrman, sublinhando ainda algumas das suas colaborações,
passadas e atuais.
A maioria das composições de Behrman envolvem estruturas flexíveis
e a utilização da tecnologia de formas particulares. Elas assentam numa
interação em tempo real entre sistemas eletrónicos e os músicos. “Sempre quis
fazer obras que têm uma personalidade, que se mantêm distintivas e
reconhecíveis, mas que estão abertas a mudanças surpreendentes que podem surgir
quando são tocadas ao vivo ou exibidas. Gosto da ideia de ser um desenhador de
situações e não de peças fixas.” – David Behrman
Programa:
Sábado, 27 de novembro
16:00 – Filmes: Meringue Diplomacy de Terri Hanlon, Cascade de Robert Watts, Cloud Music (Documentation Excerpt) de Robert
Watts/David Behrman/Bob Diamond
17:30 – Concerto: David
Behrman e o ensemble ars ad hoc apresentam:
View Finder, Figure in a Clearing e On the Other
Ocean, de David Behrman
Domingo, 28 de novembro
16:00 – Conversa: David
Behrman e Terri Hanlon, com moderação de Isilda Sanches
17:30 – Concerto: David
Behrman e o ensemble ars ad hoc apresentam Open Space, de David Behrman
18:00 – Concerto: Okkyung
Lee e David Behrman – Elementos surgidos do decorrer das performances que
realizaram juntos no passado.
David Behrman é uma figura maior da música e da experimentação sonora, ativo
desde os anos 1960, com valiosas contribuições para a composição com recurso à
eletrónica, para a utilização de tecnologia em contextos de performances ao
vivo e de interatividade, e para a criação de instalações sonoras e multimédia.
É, igualmente, um artista reconhecido e exemplar no que respeita ao trabalho
colaborativo, não apenas no âmbito da música, mas também entre campos
disciplinares, contando entre os seus pares com John Cage, Merce Cunningham,
Robert Watts ou Fellini. Nos anos 1960 e 70, foi assistente de Cage e David
Tudor em vários projetos. Ainda nos anos 1960, iniciou uma longa associação à
Merce Cunningham Dance Company, sendo autor da música para várias coreografias,
que vão de Walkaround Time (1968) a Eyespace (2007), tornando-se
membro do comité musical da companhia até à sua extinção. Foi um importante
produtor e, na Columbia Records, teve a seu cargo várias dos discos da série Music
of Our Time que incluíram gravações de obras de Cage, Steve Reich, Pauline
Oliveros e Terry Riley (entre as quais, a primeira do seu célebre In C).
Em 1966, Behrman cofundou com Alvin Lucier, Robert Ashley e Gordon Mumma
a Sonic Arts Union, um coletivo decisivo para o desenvolvimento da cultura da
experimentação musical nos Estados Unidos, pioneiro em muitas práticas que hoje
se tornaram comuns.
“Os artistas da minha geração que trabalharam seletivamente com
tecnologia são veteranos da mudança explosiva. Ferramentas e técnicas que
aprendemos a usar tornaram-se rapidamente obsoletas e foram substituídas por
outras. Agora que estamos já bem mergulhados no século XXI, parece mais urgente
do que nunca procurar equilíbrios frutíferos entre elementos do passado e do
presente e entre o mundo natural e o da alta tecnologia.”
– David Behrman, 2014