Uma exposição escrita
Agustina Bessa-Luís e a Coleção de Serralves
Richard Tuttle. Not the point, 2009 Madeira pintada, espuma de poliuretano, papel pintado, livros serigrafados. Ed. 5/9 + 1 P.A. Col. Fundação de Serralves – Museu de Arte Contemporânea, Porto. Aquisição em 2011.
Fotografia: © Filipe Braga
O título da exposição que assinala o centenário de Agustina Bessa-Luís (1922–2019) evoca o nome de um filme do realizador com quem a escritora manteve uma colaboração regular e fecunda: Um Filme Falado (2003), de Manoel de Oliveira. O ponto de partida da mostra foram os livros Aforismos (1988), Contemplação Carinhosa da Angústia (2000), Dicionário Imperfeito (livro publicado em 2008 que reúne excertos de textos organizados por ordem alfabética) e Ensaios e Artigos (1951–2007) (2017), que abrangem uma grande diversidade de assuntos, temas e personalidades. A partir da leitura destes volumes – que tanto pela forma como pelo conteúdo podem ser entendidos como autênticas revelações do mundo de Agustina – identificaram-se algumas das ideias-chave da escritora. Estes temas são as entradas desta “exposição-dicionário”, cada um originando um diálogo com obras da Coleção de Serralves, de artistas nacionais e estrangeiros, contemporâneos ou não de Agustina.
O objetivo passa por criar reverberações, sinapses inesperadas, entre palavras e peças selecionadas, ampliando os seus respetivos sentidos e possíveis interpretações. Para ler tanto quanto para ver, a exposição apresenta-se como um livro em três dimensões.
Inserida nas comemorações do centenário do nascimento de Agustina Bessa-Luís, a exposição tem curadoria de António Preto e Ricardo Nicolau.
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