JOÃO PAULO FELICIANO — SUBIR AO PALCO / BACK HOME
Centro de Artes Villa Portela, Leiria
Acesso gratuito

João Paulo Feliciano, Crash Music (detalhe), 1991. Col. Fundação de Serralves ― Museu de Arte Contemporânea, Porto. Aquisição em 2009. Fotografia: João Paulo Feliciano
Inauguração: 25 de outubro às 17h00
O entusiasmo e o impulso criativo de João Paulo Feliciano (Caldas da Rainha, 1963) não se cingem a fronteiras disciplinares, antes extravasando o universo das artes plásticas e da música para substanciar um percurso multifacetado e idiossincrático que tem marcado o meio cultural português desde meados da década de 1980.
Se as obras do início dos anos 1990 gravitam em torno da escultura e da instalação, do mundo da música rock e da cultura urbana, na década seguinte torna-se evidente o interesse pela exploração de fenómenos de perceção que permitem distinguir uma inflexão na relação com a tecnologia. Nos últimos anos, de intensa atividade artística coincidente com o seu regresso às Caldas da Rainha, Feliciano tem retomado a prática da pintura, do desenho, da colagem e da assemblagem, trabalhando diferentes meios e escalas em simultâneo. Mantém-se uma constante problematização dos suportes materiais e linguísticos que utiliza como forma de reequacionar a nossa relação com o mundo, questionando pressupostos dos tradicionais géneros artísticos à luz de diferentes aspetos da cultura popular. A sua postura provocadora e irónica, a vontade de implicar o espectador na significação da obra, e, sobretudo, o seu insaciável apetite pela experimentação revelam-se transversais ao diverso corpo de trabalho de João Paulo Feliciano.
Reunindo instalações, colagens e assemblagens de grande e de pequeníssima escala, Subir ao Palco / Back home apresenta um conjunto de obras da Coleção de Serralves e da Coleção do artista que permitem distinguir cruzamentos, desvios e retornos no seu percurso ao longo das últimas décadas, nomeadamente em torno do campo da música e da poética do objeto. Para João Paulo Feliciano — comunicador nato, com formação em linguística e uma vasta experiência em artes gráficas —, os títulos das suas obras constituem-se enquanto “extensões linguísticas” de cada trabalho. O título desta exposição segue o mesmo princípio: insólito e evocativo, remete para duas obras concretas e para temáticas distintas, articula línguas diferentes (ambas recorrentes no seu trabalho) e várias possibilidades leitura, espelhando a multiplicidade da sua prática.
Esta exposição, com curadoria de Joana Valsassina, integra o Programa de Exposições Itinerantes da Coleção de Serralves que tem por objetivo tornar o acervo da Fundação acessível a públicos diversificados de todas as regiões do país.
Produção: Fundação de Serralves — Museu de Arte Contemporânea, Porto
