Jenny Holzer (n. 1950) é uma das artistas mais influentes da sua geração. Radicada em Nova Iorque, construiu uma prática centrada na linguagem como veículo artístico, intervindo no espaço público através de palavras, frases e sentenças que se tornam imagem, escultura e experiência. As suas obras — que incluem projeções de luz, painéis de LED, cartazes, bancos de pedra, pinturas, som e vídeo — exploram as relações entre texto, arquitetura e poder, fazendo da palavra um meio de impacto visual e emocional.

Desde a década de 1980, Holzer tem abordado temas como a violência, a opressão, a sexualidade, o feminismo e a guerra, apropriando-se da retórica dos sistemas de informação modernos para interrogar a política do discurso. O uso exclusivo de letras maiúsculas e de frases em itálico, segundo a própria artista, pretende “mostrar urgência e falar um pouco mais alto” — uma afirmação da voz feminina num espaço público dominado por mensagens de autoridade e consumo.

Com presença em importantes coleções internacionais, como o MoMA, a Tate e o Guggenheim, Holzer é reconhecida pela sua capacidade de fundir arte e intervenção social. A exposição em Serralves — a sua primeira grande apresentação individual em Portugal — ocupará tanto as galerias do Museu como o mezanino da Biblioteca, refletindo a estreita relação entre a linguagem e os suportes materiais que definem a sua obra. Este projeto reforça o compromisso de Serralves em apresentar figuras-chave da arte contemporânea mundial, promovendo o diálogo entre palavra, imagem e espaço público.