Anagramas improváveis. Obras da Coleção de Serralves

Museu - Ala Álvaro Siza
24 FEV 2024 - SET 2024
Anagramas improváveis. Obras da Coleção de Serralves

Sónia Almeida

Fotografia de © Filipe Braga

Anagramas Improváveis é a primeira exposição da Coleção de Serralves apresentada na recém-inaugurada extensão do Museu, a Ala Álvaro Siza, dedicada a acolher no futuro todas as mostras da coleção, ou dedicadas à arquitetura e aos vários arquivos depositados na Fundação de Serralves.


Embora concebido pelo arquiteto que desenhou o Museu de Serralves inaugurado há 25 anos, este novo edifício propõe uma experiência de circulação muito diferente: apostando, pelo menos no piso onde se apresentará a coleção de arte contemporânea, numa sucessão de galerias de exposição de escala relativamente modesta que contempla a possibilidade de visionar em simultâneo o conteúdo de diferentes salas, e libertando o visitante de qualquer percurso pré-definido, a Ala Álvaro Siza veio permitir aos curadores desta mostra pensarem numa exposição que também desafia quaisquer percursos ou ideias pré-definidas sobre a Coleção de Serralves, apostando em relações inéditas e intrigantes entre obras de artistas de diferentes gerações e nacionalidades; digamos que à fluidez, simultaneidade e potencial vaivém que são marcas do edifício, a equipa curatorial da presente exposição, tirando partido dessas características físicas, quis contrapor fluidez, simultaneidade e vaivéns conceptuais.


A partir da figura do anagrama, pensou-se uma exposição que contivesse em si mesma uma grande pluralidade de possibilidades de escrita e de leitura. Ao mesmo tempo, o seu título remete para uma das características principais da arte contemporânea portuguesa – a relação com a linguagem – e para um grupo de artistas (nomeadamente Ana Hatherly e E.M. de Melo e Castro) que tiveram, através da Poesia Experimental, um papel fundamental na eclosão e desenvolvimento da contemporaneidade artística portuguesa. Anagramas Improváveis contempla a ancoragem da Coleção de Serralves nestes movimentos artístico-literários dos anos 1960–70 – bem como na mítica exposição portuguesa Alternativa Zero (1977) e na exposição-manifesto que inaugurou o Museu de Serralves, Circa 1968 (1999) – mas olha para o passado com os olhos do presente, nomeadamente através de diálogos entre obras produzidas em tempos e geografias muito distantes. Assim, além de uma encomenda (a artista portuguesa Luisa Cunha produziu uma peça sonora especificamente para o novo edifício), apresenta-se uma série de obras adquiridas recentemente de artistas relativamente jovens (Martine Syms, Juliana Huxtable, Korakrit Arunanondchai, Zanele Muholi, Julie Mehretu, Arthur Jafa, João Pedro Vale & Nuno Alexandre Ferreira, João Maria Gusmão & Pedro Paiva, Alexandre Estrela, Trisha Donnelly, entre outros), algumas adaptadas ao espaço com a cumplicidade dos seus autores, lado a lado com obras de artistas pertencentes a gerações mais antigas, ou considerados históricos (exemplos de Joan Jonas, Lourdes Castro, Lothar Baumgarten, Cabrita, Julião Sarmento, Paula Rego, Lygia Pape, Ana Jotta e Marisa Merz, entre muitos outros). O objetivo? Duplo e só aparentemente contraditório: por um lado, avançar novas perspetivas sobre peças consideradas históricas, à luz de temáticas e preocupações patentes nas obras mais recentes; por outro, perceber como o convívio entre obras produzidas em períodos muito distintos pode sobrepor a uma certa “espuma dos dias” preocupações comuns mais estruturais. Apenas a título de exemplo, podemos referir Lourdes Castro, Joan Jonas, Korakrit Arunanondchai e Juliana Huxtable como artistas que nos obrigam a rever a nossa relação com a natureza (e, de caminho, com o antropocentrismo e até mesmo com o conceito de “natural”), ou Martine Syms e Arthur Jafa (apresentados no início e no final da exposição) como exemplos de artistas que marcam uma nova forma de relacionamento com a produção e disseminação de imagens e, no caso de Jafa, com o cinema.


Se os anagramas dão frequentemente origem a jogos em que se tenta formar o maior número de palavras usando as letras disponíveis, Anagramas Improváveis é uma exposição que quer espoletar o maior número de sinapses usando as obras expostas.


Curadoria: Marta Almeida, Isabel Braga, Inês Grosso, Ricardo Nicolau, Joana Valsassina e Philippe Vergne.


ROTEIRO DA EXPOSIÇÃO

Mecenas da Exposição

Anagramas improváveis. Obras da Coleção de Serralves


PROJETO RAIOS X | SERVIÇO EDUCATIVO

O projeto Raios X é uma iniciativa de aproximação à comunidade escolar, através da qual Serralves convida uma turma de uma escola da área circundante do Museu para contactar com as obras de uma exposição em contexto de sala de aula para, posteriormente, em visita, refletirem e dialogarem sobre as mesmas.

Nos vídeos resultantes destas experiências os alunos convidados assumem o papel de embaixadores da exposição, convidando o público a fazer uma leitura da mesma através dos seus pontos de vista.

A turma do 3º P3 da Escola Básica da Pasteleira é embaixadora da exposição Anagramas Improváveis no projeto Raios X.

Galeria da Imagens

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Filipe Braga
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