ANTÓNIO BARROS — OBRAS DA COLEÇÃO DE SERRALVES
Palácio da Bolsa, Porto
António Barros, Razão (Muro da Razão), 1979/1999. Col. Fundação de Serralves – Museu de Arte Contemporânea, Porto. Aquisição em 2010. Fotografia: Filipe Braga
Tudo o que disseres pode ser usado contra ti. O que não disseres também.
António Barros
Figura incontornável no panorama artístico português, António Barros (Funchal, 1953) afirmou-se não só no campo das artes plásticas, como também no panorama da escrita experimental e da performance em Portugal.
Ligado ao movimento internacional FLUXUS e à Poesia Experimental Portuguesa (PO. EX), António Barros desenvolve um discurso de intervenção que se alicerça na palavra e na sua ressignificação através da repetição, combinação e metamorfose. A obra do artista, reconhecível pela sua linguagem visual depurada e incisiva, veicula uma atitude crítica em relação ao contexto artístico e social, entrosando o discurso poético com o político. António Barros redefine os conceitos de texto e de objeto artístico, justapondo a poesia visual a objetos de uso quotidiano e propondo uma construção do espaço e do objeto enquanto transformadores da perceção e da sociabilidade.
Esta mostra da Coleção de Serralves no Palácio da Bolsa reúne algumas das obras mais emblemáticas do artista que marcaram o início do seu percurso no final da década de 1970. Apresenta-se um conjunto de poemas-objeto — ou “obgestos”, denominação utilizada pelo artista — que revelam um ímpeto de libertação particularmente significativo no contexto pós-revolucionário em que surgiram, mantendo ainda hoje a sua relevância e atualidade.
Esta iniciativa integra o Programa de Exposições Itinerantes da Coleção de Serralves que tem por objetivo tornar o acervo da Fundação acessível a públicos diversificados de todas as regiões do país.
Organização: Fundação de Serralves — Museu de Arte Contemporânea, Porto
Galeria da Imagens
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