Fernando Lanhas
O Homem é fenómeno magistral
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Fotografia: Filipe Braga
Fernando Lanhas (Porto, 1923–2012) é uma das figuras mais destacadas da arte portuguesa do século XX. A sua pintura foi pioneira na introdução do abstracionismo geométrico em Portugal a partir de meados dos anos 1940.
Num texto que publicou no ano 2000, Fernando Lanhas descreveu o Homem como “um fenómeno magistral”: é um texto elucidativo do seu pensamento, do seu entendimento do mundo e compreensão de algo mais vasto do que o mundo, o universo. Um texto que reflete uma apreensão da realidade a partir de uma unidade central, o ser humano, que acabará por constituir a escala de todo o seu processo artístico.
O Homem é fenómeno magistral
Dado num planeta.
Não se sabe porquê.
Possuído de instintos compulsivos
Como outros animais,
Acertou um desenvolvimento cerebral
Que lhe deu capacidade técnica.
O saber na ciência e na matemática,
O entendimento na arte,
A acuidade filosófica,
Fizeram o homem uma aventura.
Arquiteto de formação, Lanhas cedo concluiu que teria de explorar outras áreas de interesse para atingir os seus propósitos de pesquisa, como a pintura, o desenho, a arqueologia, a botânica, a astronomia, a etnologia, a museografia, assim como a escrita poética e ficcional. O trabalho de um arquiteto não será sempre, no final de contas, um trabalho interdisciplinar e colaborativo?
A exposição agora apresentada comemora o centenário do seu nascimento e reúne um núcleo muito significativo de obras suas, quer da Coleção de Serralves, quer do generoso e particularmente relevante depósito da sua obra acordado ao longo de mais de vinte anos em diálogo com o artista. Assim, o conjunto de obras exposto em Fernando Lanhas. O Homem é fenómeno magistral testemunha a multiplicidade de áreas que o artista explorou e, nesse sentido, constitui uma oportunidade única para a compreensão da simultânea, e conciliável, diversidade e coerência de uma das obras mais fascinantes da segunda metade do século passado.
A exposição é organizada pela Fundação Serralves – Museu de Arte Contemporânea, com curadoria de Marta Moreira de Almeida, diretora-adjunta do Museu.
Galeria da Imagens
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