Post-scriptum

Foyer do Auditório de Serralves
20 NOV 2023 - MAR 2024
Post-scriptum

Gil Heitor Cortesão, João Paulo Feliciano, José Loureiro, Daniel Malhão, João Penalva, João Paulo Serafim, Susana Mendes Silva, João Tabarra, João Vilhena

Reúnem-se neste espaço (antecâmara do Auditório de Serralves) uma série de obras fotográficas da antiga Coleção BPP (Banco Privado Português), originalmente integradas na exposição que apresentou no Museu de Serralves uma parte considerável desse espólio (A quem possa interessar: uma coleção, uma carta). A seleção das obras aqui apresentadas seguiu três critérios fundamentais: a sua adequação às condições físicas deste foyer; a relação dos artistas seus autores com a Coleção de Serralves (sublinhando os possíveis diálogos entre coleções, a sua complementaridade mútua); a ligação das temáticas presentes nas obras ao universo imagético espoletado pelas atividades apresentadas no Auditório, desde cinema, música e teatro, passando pela dança e performance.   

ROTEIRO DA EXPOSIÇÃO

Como o título indica, construiu-se esta mostra como se fosse uma carta, partindo do princípio de que todas as exposições são epístolas cujos destinatários são todos e ninguém em particular. A coleção em questão (a Coleção BPP, do antigo Banco Privado Português) integra muitos trabalhos de artistas que já estão presentes na Coleção de Serralves, contribuindo para que possamos estudar e apresentar em profundidade alguns artistas nacionais e estrangeiros considerados incontornáveis no panorama artístico compreendido entre os anos 1960 e a atualidade. Este conjunto de trabalhos também enriquece a Coleção de Serralves na medida em que contempla artistas que aí não estão presentes, mas que dialogam exemplarmente com os artistas que fomos reunindo.

Enquanto primeira mostra exaustiva da Coleção BPP em Serralves, tentou-se fazer uma “carta” que não excluísse nenhum potencial destinatário. Quis mostrar-se um muito considerável número de obras, em detrimento de perspetivas sobre os trabalhos que porventura afunilassem a sua receção. De um ponto de vista formal, a inspiração para as paredes repletas de obras veio dos “Salons” de pintura do século XIX. Esta primeira “carta” permite futuras leituras particulares através da apresentação de um (quase) “todo”… e um “todo” que evita as decisões curatoriais normalmente mais imediatas, como subordinar exposições coletivas a temas, ou fazer justiça e dar palco e espaço a artistas e narrativas até aqui negligenciados. Optou-se por agrupar as obras em núcleos que correspondessem a temáticas clássicas, porventura consideradas pouco operativas, arcaicas e académicas, mas que nos permitiram justamente dispensar matérias consideradas mais “contemporâneas”. Assim, conceitos como “retrato”, “paisagem”, “geometria”, “arquitetura” e “narrativas/fábulas”, suficientemente abrangentes e porosos, permitem compor um quadro geral de unidades móveis à espera de serem re-articuladas em novas organizações.

A exposição também testemunha a história comum entre a Coleção BPP e a Coleção de Serralves, já que a primeira direção artística do Museu de Serralves (Vicente Todolí e João Fernandes) teve com a comissão de compras da Coleção BPP uma relação próxima, sugerindo a incorporação de determinadas obras e assegurando o seu depósito em Serralves —, o que faz da Fundação, regressando ao título da exposição, o “interessado” mais natural, mais evidente.


A exposição A Quem Possa Interessar: Uma Coleção, uma Carta é organizada pela Fundação de Serralves com curadoria de Isabel Braga e de Ricardo Nicolau.

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