ADDITIONAL TONES: A TRIBUTE TO MARYANNE AMACHER

Amy Cimini, Bill Dietz, Marianne Schroeder & Joana Gama, Thomas Ankersmit, Lisa Rovner

Biblioteca, Auditório de Serralves e Online
08 - 10 JAN 2021
2010 Additional Tones

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SISTERS WITH TRANSISTORS

Documentário, 84’, Reino Unido, v.o. inglês, 2020

Argumento e Realização de Lisa Rovner

Produzido por Anna Lena Vaney

 

SISTERS WITH TRANSISTORS trata da história por contar das pioneiras da música eletrónica, compositoras notáveis que abraçaram as máquinas e as suas tecnologias libertadoras para transformar completamente a forma como hoje produzimos e ouvimos música.

A história das mulheres foi uma de silêncio. Os protestos recentes reivindicando um maior reconhecimento das conquistas das mulheres estendem-se pela política, pelo mundo empresarial e até por Hollywood. O campo da música não é exceção. Clara Rockmore, Daphne Oram, Bebe Barron, Delia Derbyshire, Maryanne Amacher, Pauline Oliveros, Wendy Carlos, Eliane Radigue, Suzanne Ciani e Laurie Spiegel encontram-se entre os nomes dos maiores pioneiros do som moderno e a sua influência continua a ser sentida. No entanto, a maioria das pessoas nunca ouviu falar delas.

 

Enquanto uma das protagonistas deste filme, Laurie Spiegel explica: “Nós, mulheres, sentíamo-nos atraídas pela música eletrónica especialmente num tempo em que a possibilidade de uma mulher ser compositora era, em si mesma, controversa. A eletrónica permitia-nos fazer música que podia ser ouvida por outros sem ter que ser levada a sério pelo sistema dominado pelos homens.” Tendo o contexto social, político e cultural mais amplo do século XX como pano de fundo, este documentário realizado a partir de arquivos revela uma luta de emancipação única, revelando um papel central das mulheres na história da música.

 

Com Laurie Anderson como narradora, a história começa em 1929 em Nova York com Clara Rockmore, cujas performances a nível mundial ajudaram a estabelecer a música eletrónica e experimental como uma forma viável no imaginário do público. Na Greenwich Village dos anos 1950, descobrimos como a primeira banda sonora inteiramente eletrónica foi composta por Bebe Barron e pelo seu marido Louis para o filme “Forbidden Planet”. Na Europa do pós-Guerra, onde um grande número de mulheres foram recrutadas para empregos deixados por homens que foram lutar na guerra, conhecemos a primeira geração de mulheres que trabalharam na rádio - Daphne Oram (Reino Unido), Eliane Radigue (França) e Delia Derbyshire (Reino Unido) - cujas experimentações únicas com fita magnética seriam mais tarde sentidas nas primeiras experiências sonoras de Les Paul, nas manipulações de estúdio do produtor dos Beatles George Martin, nos devaneios concretos de Frank Zappa, no sampling e turntablism dos DJs de hip-hop, de Grandmaster Flash até Q-Bert. Fora dos limites de instituições famosas como a BBC, compositores iconoclastas construíam os seus próprios instrumentos feitos com as reservas de excedentes do exército. A história de um desses compositores, Pauline Oliveros, leva-nos até São Francisco nos anos 1960 - um epicentro da música experimental "onde o sintetizador e os loops de fita magnética se cruzavam com espetáculos de luzes e LSD". Já o trabalho de Maryanne Amacher antecipou alguns dos desenvolvimentos mais importantes na arte multimédia, na arte sonora e na instalação.

 

Enquanto alguns artistas experimentais exploravam os limites da perceção sonora, outros levavam a música eletrónica para o mainstream. Em 1968, Wendy Carlos editava o álbum de grande sucesso ‘Switched-On Bach’, uma coleção de peças de Bach tocadas num sintetizador Moog, tornando-a uma superstar e ao sintetizador num instrumento de maravilhamento. Por seu turno, a mestre da eletrónica Suzanne Ciani fala do seu trabalho com um sintetizador Buchla na composição de bandas sonoras de anúncios comerciais para televisão e de filmes. Já o visionário programa de computador Music Mouse de 1986 criado por Laurie Spiegel conta-se entre um dos primeiros softwares de música disponíveis para consumidores regulares, dando base à prática da maioria dos produtores que hoje trabalham a partir dos seus quartos.

 

Perto do final do filme, acompanhando imagens novas de algumas destas pioneiras da primeira vaga, ouvimos como a descoberta destas mulheres impactou e nutriu mulheres músicas da geração mais jovem contemporânea.

 

 

LISA ROVNER é uma artista e cineasta radicada em Londres. Os seus projetos, onde se incluem curtas-metragens, videoclipes, anúncios e exposições de arte, são percorridos por um fascínio por arquivos, pelo som e por uma aspiração subjacente de transformar política e filosofia em espetáculo cinematográfico. Rovner colaborou com alguns dos artistas e marcas mais respeitados internacionalmente, incluindo Pierre Huyghe, Liam Gillick, Sebastien Tellier, Maison Martin Margiela e Acne. Os seus filmes foram apresentados internacionalmente em centros de arte e cinemas. Atualmente, está a desenvolver uma comédia em episódios sobre o mundo da arte e uma série de televisão sobre arquitetura revolucionária. SISTERS WITH TRANSISTORS é o seu primeiro documentário de longa-metragem.




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