ADDITIONAL TONES: A
TRIBUTE TO MARYANNE AMACHER
Amy Cimini, Bill Dietz, Marianne Schroeder & Joana Gama, Thomas Ankersmit, Lisa Rovner

Additional Tones: A Tribute to Maryanne Amacher constitui-se como
homenagem, como partilha e contribuição para um maior e merecido entendimento e
visibilidade da obra e pensamento notáveis desta artista. Incluídos no
programa estão a exibição em estreia nacional do filme Sisters With
Transistors, um seminário e sessão de audição orientados pelos investigadores Amy Cimini e Bill Dietz e dedicados às séries de trabalhos de Amacher Music for Sound Joined Rooms e Mini Sound Series, a série vídeo
de leituras e discussões online Remote Links em colaboração com a
New York Public Library celebrando a publicação de Maryanne Amacher:
Selected Writings and Interviews, a interpretação da composição para dois
pianos Petra pelo duo inédito de pianistas constituído pela
histórica Marianne Schroeder e a jovem portuguesa Joana Gama que
aqui colaboram pela primeira vez, e a apresentação em mais uma estreia nacional
de Perceptual Geography para sintetizador Serge Modular de Thomas
Ankersmit, uma peça inspirada por e dedicada a Amacher.
Imagem: Maryanne Amacher a trabalhar no Capp Street Project,
San Francisco (1985), fotografia e cortesia de Peggy Weil
Programa
08 JAN
AMY CIMINI E BILL DIETZ
18:00 Seminário e Sessão de Audição
20:00 “REMOTE LINKS” (Introdução) / Lançamento do livro Maryanne Amacher: Selected Writings and Interviews
As
questões do público poderão ser colocadas ao longo da exibição da série Remote
Links, enviando para Amacher@nypl.org.
Estas
serão abordadas no painel final.
Biblioteca
Assista em direto clicando aqui
09 JAN
“SISTERS WITH TRANSISTORS” (2020), um filme documentário de LISA ROVNER
v.o em inglês
[Estreia nacional]
11:00, Auditório
10 JAN
MARIANNE SCHROEDER & JOANA GAMA apresentam “PETRA” de Maryanne Amacher
10:30, Auditório
THOMAS ANKERSMIT apresenta “PERCEPTUAL GEOGRAPHY”
11:30, Auditório
JAN – MAR
“REMOTE LINKS”
Série de vídeos online com leituras e discussões em torno de Maryanne Amacher: Selected Writings and Interviews.
(apresentado numa parceria entre The New York Public Library, The Maryanne Amacher Foundation, Blank Forms e Fundação de Serralves)
Consulte aqui as regras de segurança Covid-19
em vigor.
Maryanne Amacher (1938-2009) foi uma compositora norte-americana que se destacou na criação de instalações sonoras e ambientes multimédia de grande escala e duração determinada. Estudou com Karlheinz Stockhausen e colaborou com Merce Cunningham e com John Cage. O seu trabalho foi pioneiro e visionário em várias áreas da criação musical e artística como a espacialização sonora, os novos media, a ecologia acústica, a inteligência artificial ou a psicoacústica, entre outras.
Ainda nos anos 1960, Amacher iniciava o trabalho com o que designava por “música de longa distância”, ou telemática, e que se viria a consolidar na série City Links, baseada na mistura em tempo real e num dado lugar dos sons transmitidos a partir de vários lugares e cidades remotos através de linhas telefónicas. Nos anos 1970, especializava-se no trabalho com o sintetizador Triadex Muse desenvolvido por Marvin Minsky usando princípios da inteligência artificial. Na série Music for Sound Joined Rooms (1980 -) ela usava a estrutura arquitetónica do lugar da instalação como medium material da obra, recorrendo a posicionamentos idiossincráticos das colunas de som. A sua Mini Sound Series, explorou o potencial dos sons enquanto personagens, aplicando os princípios dramatúrgicos das séries televisivas e de outras formatos populares ao relacionamento entre os sons e às formas como estes eram percecionados e transformados ao longo dos vários “episódios”.
O notável trabalho The Sounding of Casa de Serralves: Supreme Connections, apresentado em 2002, pode ser enquadrado em ambas as duas últimas séries. Nesta instalação sonora, visual e performativa, a Casa de Serralves foi transformada num lugar de experiências multidimensionais e imersivas. O som difundia-se através da estrutura arquitetónica, pelas salas, quartos, colunas e antecâmaras. A arquitetura dava forma à propagação do som e à sua audição. Os espaços da casa tornaram-se parte integrante do sistema de som e a casa, ela própria, num gigante instrumento musical. Em diferentes salas podíamos encontrar também elementos cénicos, ou vídeos e, desde o interior da casa, observavam-se estranhas criaturas a habitar os jardins no seu entorno. Para além de refletir a investigação de Amacher sobre a materialidade do som e as formas como este se propaga no espaço, este trabalho refletia ainda a exploração da fenomenologia da perceção (incluindo, nomeadamente, os sons emitidos pelo próprio ouvido) e da encenação da experiência enquanto elemento essencial nos processos de perceção.
O reconhecimento internacional da importância e singularidade da obra de Amacher tem emergido recentemente e vem sendo manifesto em acontecimentos como a aquisição dos arquivos da artista pela New York Public Library for the Performing Arts no Lincoln Center, a constituição da The Maryanne Amacher Foundation e eventos dedicados à sua obra organizados por instituições como a Tate Modern e ICA em Londres, o Stedelijk Museum em Amesterdão e a Bienal de São Paulo.
A DECORRER
TERMINADAS