ECOLOGIA SOCIAL?
Estetoscópio é um programa
onde se procura auscultar um cinema que, no cruzamento com a estética, a
política e a sociologia, se confronta com os dilemas do presente. Nesta segunda
edição, em diálogo com a exposição de Korakrit Arunanondchai em Serralves,
reflete-se sobre os problemas da ecologia social, da sustentabilidade e do
impacto da globalização sobre o ambiente. Duas sessões que procuram investigar
o modo como as contradições da sociedade de consumo vêm sendo retratadas no
documentário contemporâneo.
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Programa
7 NOV | 17:00
PAINTING WITH HISTORY IN A ROOM FILLED WITH PEOPLE WITH FUNNY NAMES 3 USA, TH, FR | 2015 |
24 min.
Korakrit Arunanondchai
#67 FR | 2012 | 4 min.
Jean-Gabriel Périot
ALL INCLUSIVE SW | 2018 | 10 min.
Corina Schwingruber llic
WASTE NO.5 THE RAFT OF THE MEDUSA FIN | 2018 | 18 min.
Jan Ijäs
8 NOV | 17:00
CONTAMINATED HOME GR, JP | 2014 | 25 min.
Nina Fischer, Maroan el Sani
TERRITORY UK | 2015 | 17 min.
Eleanor Mortimer
MY BBY 8L3W GR, FR | 2014 | 3 min
Neozoon
ALL THAT IS SOLID FR | 2014 | 15 min.
Louis Henderson
Relacionado
#67
Jean-Gabriel Périot
Tantos são os temas como os filmes, as formas como as
ideias, na obra do prolífico Jean-Gabriel Périot. Ao ritmo de dois títulos por
ano, o cineasta tem desenvolvido um trabalho que é, por si, exemplar no que
toca à confusão e saturação de imagens que os múltiplos ecrãs nos oferecem. Da
pornografia ao holocausto nuclear muitos são os interesses do realizador. Daí
que a consciência política seja o cerne do seu trabalho, evidente em filmes de
denúncia das classes políticas, como Les barbares, ou dos atropelos
dos direitos laborais, em We Are Winning, Don’t Forget, ou ainda o
ativismo LGBT, visível em vários dos seus filmes mais pessoais. Em menos de
quatro minutos, #67 resume todas essas dimensões com grande economia e
humor. Recorrendo apenas a imagens recolhidas da Internet, Périot destrói,
argumento a argumento, a massificação do consumo do tomate na Europa, as consequências
ambientais da exploração dos solos, as manipulações genéticas, o desperdício de
recursos energéticos e humanos e a falta de alternativa (tanto alimentar quanto
política – num surpreendente twist final). Um pequeno e
divertido tratado sobre a insubordinação, que encontra na pequenez do
quotidiano um possível sinal para a mudança.