ECOLOGIA SOCIAL?
Estetoscópio é um programa
onde se procura auscultar um cinema que, no cruzamento com a estética, a
política e a sociologia, se confronta com os dilemas do presente. Nesta segunda
edição, em diálogo com a exposição de Korakrit Arunanondchai em Serralves,
reflete-se sobre os problemas da ecologia social, da sustentabilidade e do
impacto da globalização sobre o ambiente. Duas sessões que procuram investigar
o modo como as contradições da sociedade de consumo vêm sendo retratadas no
documentário contemporâneo.
Consulte aqui as regras de segurança Covid-19 em vigor.
Programa
7 NOV | 17:00
PAINTING WITH HISTORY IN A ROOM FILLED WITH PEOPLE WITH FUNNY NAMES 3 USA, TH, FR | 2015 |
24 min.
Korakrit Arunanondchai
#67 FR | 2012 | 4 min.
Jean-Gabriel Périot
ALL INCLUSIVE SW | 2018 | 10 min.
Corina Schwingruber llic
WASTE NO.5 THE RAFT OF THE MEDUSA FIN | 2018 | 18 min.
Jan Ijäs
8 NOV | 17:00
CONTAMINATED HOME GR, JP | 2014 | 25 min.
Nina Fischer, Maroan el Sani
TERRITORY UK | 2015 | 17 min.
Eleanor Mortimer
MY BBY 8L3W GR, FR | 2014 | 3 min
Neozoon
ALL THAT IS SOLID FR | 2014 | 15 min.
Louis Henderson
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PAINTING WITH HISTORY IN A ROOM FILLED WITH PEOPLE WITH FUNNY NAMES 3
Korakrit Arunanondchai
Algures entre o videoclip de hip-hop e
a publicidade evangelélica, Painting with History in a Room Filled with
People with Funny Names 3, de Korakrit Arunanondchai, apresenta-se como uma
fervilhante reflexão sobre a natureza da divindade nos tempos da digitalização
dos afetos e da alteridade tecnológica. Neste terceiro tomo de uma série de
filmes e instalações que procuram questionar a noção de “contemporaneidade” e
respetivas vivências, o artista de Banguecoque trabalha sobre as tensões entre
representação e realidade através do ato de pintar com o corpo (todo), qual
registo físico de uma presença e dos seus respetivos gestos. Em diálogo com
Yves Klein, esse elemento performativo leva-o a pôr em causa a natureza doutros
registos indiciais do real, nomeadamente o registo fotográfico e videográfico
que compõem o próprio filme. A alta definição da imagem digital surge, então,
como um padrão ultrapassado, nomeadamente, por oposição à pluralidade de
formatos e texturas encontrados no turbilhão de imagens produzidas pelos mais
diversos dispositivos. O que sobra desse caos de bites e bytes que
constitui a visualidade nos dias da Internet? Pode a alma ser capturada numa
imagem? É esse um processo tecnológico ou artístico? Será a reciclagem de
algumas das mais reconhecíveis referências culturais que marcaram a modernidade
e o triunfo do capitalismo no ocidente a única via que se abre à afirmação de
uma contemporaneidade entendida e figurada a partir de um ponto de vista asiático?
Entre os estilhaços de um novo tropicalismo indeciso, onde um certo budismo de
supermercado já não responde às inquietações de uma geração vestida de jeans em
segunda mão, Korakrit prefere colocar questões do que apresentar respostas. O
filme é apresentado em diálogo com a exposição no Museu de Serralves, No
History in a Room Filled with People with Funny Names 5.