CICLOO QUE A MINHA DANÇA DIZVERA MANTERO
Comer o coraçãoPerformance de Vera Mantero. Escultura de ferro e desenho de Rui Chafes.
Capítulo 2.
Matérias usadas: colaboração; corpo, gesto; palavra; voz; improvisação
A colaboração artística e a transdisciplinaridade são qualidades da obra de Vera Mantero reconhecidamente presentes no seu percurso. A artista defende a partilha artística experimental, ressonante e aberta a um diálogo disciplinar “especializado no todo”, recusando aceitar a sua dança “como um dado adquirido” e assumindo a pesquisa contínua e aprofundada como imperativos para a invenção dos seus trabalhos.
Comer o coração une a coreografia e performance de Vera Mantero ao desenho e escultura em ferro de Rui Chafes, e assinala a importância desta colaboração artística na criação de uma obra singular, concebida especialmente para representar Portugal na 26ª Bienal de São Paulo, em 2004, com curadoria de Alexandre Melo.
Inscrita na espacialidade do parterre central do Parque de Serralves, a escultura Comer o Coração, de Rui Chafes, paradoxalmente resistente e suspendida, desafia-nos a um exercício sensível de contemplação da paisagem, acentuado pela estranheza da improvisação do corpo desenhado, vulnerável e pulsante da coreógrafa e performer Vera Mantero.
Convite a uma experiência meditativa para lá do que a realidade nos revela e do lugar onde nos encontramos.