EM TEMPO REAL
Conhecer a
História da Dança em Portugal passa, hoje, por pensarmos hoje num espaço
global, atravessado e em relação. A dimensão histórica, social e política
convocada no projeto expositivo Para uma Timeline a Haver — genealogias da
dança enquanto prática artística em Portugal que apresentamos nos Foyers do
Auditório de Serralves, integrada na 6ª Edição do Festival DDD, contribuirá
seguramente para o fazermos, para aprofundarmos o nosso conhecimento sobre este
campo.
Partindo
de uma reflexão sobre o presente, a equipa autora da exposição construiu uma
complexa metodologia histórica e artística que a levou a uma investigação
aprofundada e multidisciplinar, para sempre em curso, sobre os processos
criativos, filosóficos e simbólicos que marcaram a Dança no séc. XX e início do
séc. XXI, no país.
https://www.serralves.pt/ciclo-serralves/2104-exposicao-para-uma-timeline-a-haver/
Vista
da exposição “Para uma Timeline a Haver — genealogias da dança enquanto prática
artística em Portugal”, Fundação de Serralves - Museu de Arte Contemporânea,
Porto, de 22 de abril a 11 de julho de 2021.
©
Anabela Trindade
Que
espaço da tua casa está reservado para dançar? Será que conseguimos pensar e
improvisar em tempo real movimentos a partir de gestos do nosso quotidiano?
Partindo da premissa associativa e expansiva da exposição PARA UMA TIMELINE
A HAVER, iremos fazer exercícios simples de improvisação, composição e
tradução entre disciplinas, pensando o espaço doméstico como um lugar de
potencial performativo e cruzando com referências a exposições do Museu e da
Coleção de Serralves.
PROPOSTA
1. MEDIR
Definindo uma unidade de
medida individual à escolha* e usando o corpo como régua mede as várias
divisões do teu espaço doméstico.
Quantos passos mede o teu
quarto? Quantas pessoas iguais a ti caberiam lá dentro? Tens espaço para te
mexer livremente em todas as divisões? Que obstáculos encontras? Podes rodopiar
de olhos fechados sem bater em nada?
* A
unidade de medida pode ser qualquer uma a partir do próprio corpo, por exemplo
medir uma parede com passos, palmos, com as pernas ou braços abertos, com o corpo
deitado, de mãos dadas com outra pessoa, etc.
Com fita cola de papel ou
um fio de lã, desenha no chão de uma divisão da casa à escolha o espaço que se
encontra desocupado, aquele que não tenha objetos e onde podes mover-te sem
obstruções. Este espaço que definiste será o teu palco para os exercícios (3) e
(4).
Bruce Nauman (Fort Wayne, EUA, 1941) - Walking
in an Exaggerated Manner Around the Perimeter of a Square / Andando de um modo
exagerado em torno do perímetro de um quadrado, 1967 – 1968
Filme de 16mm transcrito para vídeo, p/b, sem
som, 4:3, PAL, 10'31". Col. Fundação de Serralves - Museu de Arte
Contemporânea, Porto. Aquisição em 1999.
2. TRANSFERIR
Ainda na divisão da casa
que escolheste no passo anterior pensa nos gestos que são feitos lá. Que verbos
te sugerem? Escreve-os numa lista.*
* Exemplo
de possíveis verbos associados à cozinha: varrer, limpar, cortar, cozinhar,
comer, sentar, etc.
A partir da lista de
verbos que fizeste desenha numa folha branca os movimentos desses gestos. Como
se desenha o gesto de lavar a loiça ou varrer o chão? Enche várias folhas com
os desenhos de verbos diferentes.**
**
ver as imagens de exemplo (2) dos desenhos da exposição de Louise Bourgeois, os
desenhos devem ser gestuais e abstratos e não ilustrativos. Louise Bourgeois
não desenha tapetes, desenha cruzando linhas como se os estivesse a tecer. Do
mesmo modo um desenho sobre a ação de lavar os dentes não deve ser uma
ilustração dos dentes ou da escova, mas dos gestos que as mãos fazem,
desenhando como se a folha fosse os dentes e o lápis a escova.
Vista da exposição “Louise Bourgeois: Deslaçar um tormento”, Fundação
de Serralves - Museu de Arte Contemporânea, Porto, de 3 de dezembro de 2020 a
20 de junho de 2021.
© The Easton Foundation/Licensed by SPA, Portugal, Photos: Filipe
Braga
Exemplo
de desenho rápido a partir da ação de lavar os dentes. © José Costa
3. AGIR
Usando os desenhos que
fizeste a partir dos gestos, chegou a altura de tentar lê-los como uma pauta.
Ocupando o palco de definiste no exercício (1), pega nos desenhos e pousa-os no
chão à tua frente. Apenas com as mãos repete os gestos que desenhaste
movendo-as no ar imitando as linhas do desenho. Aos poucos vai expandido a área
do movimento, começando a mexer também os braços, as pernas e o corpo todo no
teu palco. Experimenta fazer uma coreografia a partir dos vários desenhos,
improvisando livremente. Consegues continuar a dançar, agora sem pauta?
4. COMPOR
Convida alguém para
participar na tua coregrafia contigo tentando criar composições em movimento
entre os dois corpos. Que formas se criam? Pede a alguém para fotografar ou
filmar as formas criadas pelos corpos que dançam, podem ser pormenores ou
movimentos gerais.
JORGE MOLDER, Sem título (da série
"Tangram"), 2004/8. Col. Fundação de Serralves – Museu de Arte
Contemporânea, Porto. Aquisição em 2010.
© Filipe Braga
MATERIAIS: fita cola
colorida, de papel ou fio de lã; folhas para desenhar, cor e tamanho à escolha;
meios riscadores à escolha (sugestão: lápis de grafite, lápis de cor,
marcadores, carvão, pastel seco ou pastel de óleo).
Conceção: José
Costa
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