Em 2019, o Museu de Arte Contemporânea de Serralves, no Porto, celebra o seu 20º aniversário. Nesta ocasião, a instituição homenageia o arquiteto e autor deste notável edifício - Álvaro Siza -, a quem dedica uma exposição original e crítica sobre o seu percurso criativo de mais de seis décadas. O evento procura explorar o modo "(in)disciplinado” como Siza opera em relação à disciplina da arquitetura, e toma como base uma nota escrita pelo próprio autor num dos seus Cadernos Diários de esquissos e reflexões (Sketchbook nº 326, fevereiro de 1992): Nome: Álvaro Siza; Disciplina: tão pouca quanto possível. Partindo de distintos apontamentos pessoais - escritos ou desenhados entre as décadas de 1950 e 2010 -, a exposição explora a salutar inquietude ou insubmissão do pensamento e do método de Siza, entre referências a outros saberes, culturas, geografias, obras e autores. Ao longo do seu percurso, Siza vem desenvolvendo um questionamento permanente da arquitetura, a partir, simultaneamente, do interior e do exterior da disciplina. Não acredita na "especialização”, mas antes na "síntese” orgânica dos conhecimentos, lugar-a-lugar, obra-a-obra. Nesse sentido, a exposição exibe 30 "Projetos indisciplinados” – de edifícios e conjuntos urbanos, (construídos ou não), documentados por diferentes cadernos, desenhos, textos, fotografias, entrevistas em vídeo, maquetas de trabalho e artefactos (de mobiliário, de escultura, de grafismo) produzidos pelo autor na criação, na construção ou no complemento dessas mesmas obras. A exposição será ainda enriquecida pelos "olhares indisciplinados” de Siza, nas suas inúmeras viagens pelo mundo.

Exposição organizada pela Fundação de Serralves – Museu de Arte Contemporânea e comissariada por Nuno Grande com Carles Muro.