Miguel Gomes
BREVEMENTE

Tendo iniciado a sua carreira como crítico e jornalista, Miguel Gomes (Lisboa, 1972) é hoje um dos mais reconhecidos e internacionalmente premiados realizadores portugueses contemporâneos. Explorando o cruzamento entre documentário e ficção — tão autorreferencial quanto fortemente influenciado pela Nouvelle Vague e pelo Neorrealismo Italiano —, o seu cinema constrói-se no questionamento de estereótipos e representações consensuais, do senso comum e do imaginário pequeno-burguês, na exploração do potencial desestabilizador da cultura popular e da racionalidade infantil, e na desmontagem irónica da atualidade jornalística, das contradições do nosso tempo e das representações protocolares da história recente do país.
Estreando-se com a curta-metragem Entretanto (1999), premiada nos festivais de Oberhausen e de Vila do Conde, a filmografia do realizador compreende seis longas-metragens — A Cara Que Mereces (2004), Aquele Querido Mês de Agosto (2008), Tabu (2012), As Mil e Uma Noites (2015), Diários de Otsoga (2021) e Grand Tour (2024) — e diversas curtas-metragens, apresentadas e premiadas em importantes festivais internacionais, como Viennale, São Paulo, Las Palmas, Guadalajara (2008), Berlim e Las Palmas (2012), Buenos Aires (2014), Sevilha e Sydney (2015) ou Mar del Plata (2022).
Estas distinções culminam com a recente Palma de Ouro para Melhor Realizador, conquistada no Festival de Cannes em 2024, que consagra Miguel Gomes como um dos mais celebrados cineastas da atualidade.
A exposição, concebida em colaboração com o autor, terá curadoria de António Preto e Jean-Pierre Rehm. A mostra será acompanhada por uma retrospetiva integral e carta-branca, bem como pela edição de um catálogo.